A análise de desempenho no futebol – parte III: relatórios

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No capítulo anterior de nossa série sobre análise de desempenho, as informações de jogo foram discutidas a fim de trazer luz a alguns pontos importantes ao desempenho da equipe e de seus jogadores.

Na coluna desta semana, quero abordar um tema extremamente importante em todo o processo de análise dentro de um clube, que é o relatório.

O relatório é o documento que apresenta as informações pertinentes a cada departamento e aos profissionais envolvidos com o desempenho dos atletas e da equipe.

Se esse documento for mal elaborado, toda a análise é jogada por água abaixo.

É isso mesmo!

Pense: fiz uma análise voltada para o desempenho de meus jogadores em um jogo hipotético e fiz o relatório.

Problema resolvido?

Não!

Para quem ele foi feito? Por quê? Qual a visão de jogo de quem recebeu o mesmo? O mesmo foi considerado importante para o destinatário?

Não basta fazer a análise e elaborar o relatório com base naquilo que sabemos apenas! Lembre-se: o jogo é complexo, caótico, passível de muitos pontos de vista.

Tudo bem, mas, então, não faço o relatório?

Óbvio que não!

O analista precisa se atentar para a visão de quem vai receber seus relatórios e tentar levar o máximo de informações relevantes possíveis.

Por que digo isso?

Em uma aula que fui ministrar sobre a análise de desempenho, um de meus colegas disse que tinha dificuldades em trabalhar com alguns treinadores, pois os mesmo não entendiam aquilo que ele queria dizer em seus relatórios.

Eu disse a ele a mesma coisa que afirmo na coluna: o relatório precisa se adequar ao contexto em que ele está inserido, mas não a fim de distorcer a informação ou baixar o nível de entendimento de jogo, mas simplesmente trazer as informações em linguagem e conceitos adequados.

Em outras palavras, o analista precisa ter a capacidade de gerar um relatório que atenda o treinador que estuda a neurociência, a geometria fractal, a complexidade, a teoria do caos, o treinador que baseia sua análise em sua experiência de campo, o treinador que estuda os princípios e sub-princípios de jogo, o treinador que não estuda, o treinador que não quer estudar e assim por diante.

Não importa para quem seja o relatório: o treinador (ou outro profissional envolvido no processo) precisa olhar para o mesmo e extrair informações que o faça estar mais perto da vitória e/ou da formação de atletas melhores.

Isso é fato!

Os relatórios precisam ser um espelho do jogo. Espelho que é circunstancial e se adapta ao observador, mas não se quebra e nem distorce a imagem.

É fácil fazer isso?

Não! É um exercício por vezes extremamente desgastante, mas que sempre leva o analista a uma nova zona de desenvolvimento.

Mas, por onde devo começar? Que informações coletar?

Comece olhando para o jogo e observando o que faz uma equipe ganhar da outra. O que está se destacando?

Converse com a comissão, veja a visão dela sobre o mesmo jogo, coloque sua opinião, veja se é aceita e vá, assim, estruturando seu pensamento e colocando as informações pertinentes no relatório.

Não há fórmula.

Há apenas uma vontade de fazer as coisas acontecerem e aprender com a diversidade de visões que temos em nosso futebol. Cada um pode contribuir de uma forma diferente para a visão do analista.

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Chegamos ao fim da primeira temporada da análise de desempenho com reticências, pois a série continua! Ainda temos muito a discutir…

Até a próxima!

Para interagir com o colunista: bruno@universidadedofutebol.com.br

Leia mais:
A análise de desempenho no futebol – parte I: dados gerais
A análise de desempenho no futebol – parte II: informações de jogo

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