O Modelo de Jogo se configura como um arcabouço de referências que orienta os jogadores nos momentos de ataque, defesa, transição ofensiva e defensiva. Acredito que isso já é bem claro para vocês.
Por muito tempo dediquei meus esforços para entender os conteúdos do modelo e aperfeiçoar os comportamentos táticos da minha equipe.
Após certo tempo de estudo e observação prática dos conteúdos táticos, comecei a me indagar sobre a funcionalidade do modelo em relação ao cumprimento da lógica do jogo e consequentemente à vitória.
Assim iniciei uma reflexão sobre a existência de um Modelo de Jogo ideal para a vitória.
Pesquisei, li, discuti, perguntei e comecei a formar algumas ideias, que eram colocadas a prova em cada jogo que observava.
Sempre que algumas certezas iam sendo construídas, algumas partidas me mostravam que ainda estava longe das respostas que buscava…
Olhei muito para o modelo e “dissequei” equipes em seus mínimos princípios, sub-princípios, sub-princípios dos sub-princípios…
E eis o que eu encontro?
Que precisava olhar fora do quadrado em que me encontrava…
Mas, como assim?
Comecei a observar (com a ajuda dos meus mestres, já que sem eles o caminho seria muito mais difícil) que o modelo para muitas equipes era o fim em si mesmo e não uma ferramenta para o cumprimento da lógica do jogo.
Isso significava que a equipe não jogava o jogo, mas cumpria princípios!
Isso muda tudo!
O jogo é jogo e precisa ser jogado, já o modelo não é jogo e não necessariamente precisa ser cumprido.
Pense sobre isso!
O modelo não é o fim.
O modelo pode e deve contribuir para o cumprimento da lógica do jogo, mas ele não resume tudo e também não é nada!
O modelo se configura como uma parte importante no processo de formação de uma equipe vencedora, vide o caso do Barcelona que tem um modelo bem definido, porém que não é o fim.
O Barcelona não joga para cumprir seu modelo, mas para exaltar a cultura catalã, mostrar um futebol bonito, apresentar uma filosofia de jogo e, é claro, para ganhar.
Veja que isso muda a forma de olharmos para os princípios.
Precisamos olhar para fora do quadrado e ver que acima das referências existem muitos outros conceitos que se integram complexamente.
Mas dentro de tudo isso, será que existe um modelo de jogo ideal?
Existe!
Mas qual?
O que fará nossas equipes jogar o jogo e resolver melhor e mais rápido os problemas da lógica!
Isso é um modelo ideal? Ou um modelo circunstancial?
Até a próxima!
Para interagir com o colunista: bruno@universidadedofutebol.com.br