Eu tinha tudo preparado para fazer a coluna desta semana com um teor positivista. Às vezes me questiono se não deveria evidenciar mais as boas ações dos clubes em detrimento dos tropeços, até para reforçar o contínuo progresso que os mesmos estão buscando no desenvolvimento de melhores práticas de gestão e de marketing.
E tinha um elemento importantíssimo para tratar: a nova Arena do Grêmio. Um marco, que segue o padrão dos melhores estádios do planeta, antecipando-se ao perfil dos equipamentos que teremos na Copa do Mundo 2014. Uma estrutura ímpar que será capaz de gerar importantes receitas, ainda pouco exploradas pelos clubes brasileiros, tornando-se ponto de referência para relacionamento com o torcedor.
Um empreendimento que foi capaz de comercializar todos os camarotes em poucos dias, sendo um indicador factível de que estamos diante de um caminho sem volta: a transformação sobre a produção do espetáculo esportivo no país.
Mas… Mas… Mas…, nós não conseguimos entregar um evento de inauguração digno à modernidade e à imponência da Arena do Grêmio. Mais uma vez, cometemos velhos erros de precipitação, de falta de planejamento e de forma de tratamento do torcedor e adversário.
Elenquei três que mais me saltaram os olhos: (1) a falta de protocolos e treinamento prévio no belíssimo show de abertura, que precedeu o jogo entre Grêmio e Hamburgo; (2) o gramado em péssimas condições, o que nos leva a crer que o plano que culminou com a realização do jogo não foi bem executado; (3) a retirada de cadeiras de um setor do estádio para manter um modelo antigo de tratamento oferecido ao torcedor.
São detalhes que parecem pequenos, mas que podem ter consequências negativas no médio-longo prazo. O que os clubes precisam entender com as novas arenas é que é preciso fazer um ponto de corte bastante rígido entre a forma de se apresentar o jogo do passado para uma experiência única e inesquecível no presente, em todos os eventos a serem realizados por lá.
Certamente que o Grêmio colherá ótimos frutos com sua belíssima arena. Está de parabéns pela construção de um modelo de negócios ímpar no Brasil, tendo o apoio direto em parceria com a iniciativa privada, tratando todos os negócios como negócio de fato. E que possamos avançar para uma nova era do futebol brasileiro.
Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br