É da natureza do esporte a busca pela hegemonia. O melhor da rua, deseja se tornar o melhor do bairro, que por sua vez quer ser o melhor da cidade, após do Estado, do país, do continente e do mundo. No futebol não poderia ser diferente e por essa razão ano após ano a Libertadores e o Mundial de Clubes são a maior obsessão dos clubes brasileiros.
Na ausência de um campeonato de clubes verdadeiramente global, até 2004, era a realizada a Copa Intercontinental entre o melhor clube da América do Sul e o melhor da Europa e o vencedor se proclamava "campeão do mundo".
Em 2000, pela primeira vez a Fifa organizou um campeonato de clubes reunindo representante de todas as suas confederações. Infelizmente, por questões financeiras, a competição somente voltou a ser disputada em 2005.
O formato adotado na pela primeira competição é mais atrativo que o atual. Em 2000, além dos seis representantes continentais, participaram um representante dos donos da casa e o vencedor da última Copa Intercontinental. As equipes foram dividas em dois grupos de quatro, passando os dois primeiros à fase semifinal. Assim, o campeão disputou cinco partidas.
No formato atual, a competição conta com sete participantes, um de cada confederação e um do anfitrião. Os representantes de Conmebol e Uefa já iniciam a competição na fase semifinal, de forma que o representante da Oceania ou dos donos da casa fazem uma partida equivalente às oitavas de final.
A justificativa para tal formato é o calendário europeu e sul-americano que inviabilizaria às equipes destes continentes uma disputa com mais datas.
Não obstante isso, o Mundial de Clubes deve evoluir a fim de aumentar sua atratividade e seu valor no mercado publicitário. Uma ideia seria adotar um regulamento semelhante à primeira competição, permitindo a defesa do título ao atual campeão.
Uma alternativa interessante seria realizar uma competição com doze equipes, um representante de cada confederação (seis), um anfitrião, o atual campeão, os campeões das Supercopas da América do Sul e da Europa e mais dois entre as quatro confederações restantes, de acordo com o ranking da Fifa.
As doze equipes seriam divididas em quatro grupos de três, com os campeões de cada classificando-se às semifinais.
Tal formato traria participação de mais países, com a possibilidade grandes clássicos Brasil-Argentina, Itália-Espanha, Alemanha-Inglaterra, entre outros. Um verdadeiro deleite aos torcedores, aos consumidores e aos anunciantes.
Urge destacar que um maior rodízio de sedes, inclusive com a realização da competição nos grandes centros do futebol mundial, auxiliaria no engrandecimento da competição.
Dessa forma, deve a Fifa avaliar implementar uma evolução no formato da competição e na escolha de sedes a fim de valorizá-la esportiva e comercialmente.
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