As “linhas de 5”

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Relatórios e imagens das últimas oito Copas do Mundo Fifa de Futebol mostram que a preferência por uma linha de defesa de 4 jogadores (linha de 4) está presente em todas elas. Relatos sobre Copas anteriores apontam para o mesmo.

Ainda que tenham surgido e ainda sujam por vezes, em uma ou outra seleção nacional uma opção diferente (linha de três zagueiros, por exemplo), é fato o predomínio das “linhas de 4”.

Nos principais campeonatos nacionais na Europa e América do Sul, equipes espalhadas por diversos países também mantêm a tendência pela composição da linha defensiva com quatro jogadores.

Claro, também há exceções, como por exemplo a Juventus, de Turim, na Itália, que vem nos últimos quase dois anos (com bons resultados), jogando em um 1-3-5-2 zonal que transforma sua defesa em “linha de 4” quando atacada pelos adversários.

O Brasil segue a tendência.

Uma tendência que vem ganhando força nos últimos três anos, que também diz respeito a linha de defesa, e que tem como representantes, principalmente equipes da Espanha, Portugal e Alemanha (além de algumas inglesas) é a estruturação de “linhas de 5”.

As “linhas de 5” no geral são circunstanciais, mas com padrões bem definidos de organização e composição. Sua formação normalmente está associada a presença da bola, em posse do adversário, entre a linha de fundo defensiva e a linha cinco do campo de jogo, nas faixas laterais (conforme a figura).

São diversos os motivos que têm levado as equipes a optar por formação de linhas de cinco jogadores em circunstâncias como a descrita. Porém, as mais marcantes e comuns delas dizem respeito a:

a)possibilidade de ter mais jogadores fazendo coberturas uns dos outros em jogadas de linha de fundo do adversário, sem precisar ficar tirando os zagueiros de perto da pequena área defensiva;

b)ter uma linha mais comprida nos cruzamentos, alinhada com a bola, otimizando a gestão do espaço, e especialmente em bolas de 2ª trave.

Na última Copa do Mundo de Futebol, a seleção da Suíça, com uma equipe de pouca expressão, conseguiu sofrer apenas um gol na competição (mesmo tendo em seu grupo a seleção da Espanha, que foi a campeã do Mundial) – utilizando-se do expediente da “linha de 5”.

E é no campeonato nacional espanhol que mais equipes têm essa prática no seu desenho tático.

No geral, os times que adotam a “linha de 5” acabam precisando resolver um problema que surge em decorrência da sua formação.
Para se ter um jogador a mais na linha de defesa, é preciso perder um jogador que poderia fechar a circulação de bola adversária pelo meio (normalmente é o volante que entra na “linha de 4” para transformá-la em “linha de 5”).

Isso quer dizer que, se pensarmos em coberturas, dobras de marcação e fechamento de circulação da bola pela faixa central do campo, é plausível aceitarmos a idéia de que com um jogador a mais na linha de defesa, ou diminuímos a eficiência das dobras, ou do fechamento da circulação central da bola.

E se nenhuma dessas ocorrências for uma opção aceitável, será necessário trazer jogadores da linha de ataque para auxiliar na estruturação defensiva do espaço.

Mas, aí, outro problema emerge: o balanço ofensivo para organizar contra-ataques ou desafogar a defesa ficará numericamente prejudicado.

A tendência às linhas de cinco jogadores nasce, então, de uma dificuldade defensiva, principalmente para enfrentar equipes tecnicamente bem qualificadas, em campos de largura considerável, que para ser eficiente no que se propõe, pode desencadear sérias dificuldades para se chegar ao gol de ataque (dificuldades ofensivas para quem se defende com ela) – ou ao menos, maior gasto energético para isso.

Por hoje é isso…

Para interagir com o autor: rodrigo@universidadedofutebol.com.br

 

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