Dando continuidade às reflexões da coluna da semana passada, vamos avançar sobre um ponto de vista específico: a questão financeira.
Neste aspecto, vamos considerar apenas os clubes que não disputam as Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro, com a finalidade de perceber qual a dimensão do investimento dos clubes que disputam os campeonatos estaduais, uma vez que se fala que o término destas competições regionais representaria o fim dos clubes pequenos.
Em uma conta muito rápida, pude levantar que o gasto com salários e manutenção das equipes que participam dos Estaduais mas não estão nas 3 primeiras divisões do Campeonato Brasileiro gira em torno de R$ 10 milhões por mês, Ao todo. Isto mesmo, as pouco mais de 200 equipes movimentam, em 5 meses de competição, algo em torno de R$ 50 milhões.
Significa dizer que, se dobrarmos este montante para fazer uma 4ª Divisão mais sustentável, teríamos 1/3 do faturamento do Corinthians no ano passado. Exato: o faturamento de 200 clubes somados representa 30% do faturamento de um único clube no ano.
Apesar da conta ter sido feita de forma genérica, temos aqui uma prova real de que é incompatível a disputa de uma competição de quase cinco meses ser feita entre gigantes e clubes minúsculos. Não é benéfico nem para os grandes, tampouco para os pequenos, quando olhamos tanto para os aspecto técnico quanto financeiro.
Os clubes de menor porte precisam encontrar um caminho para se autossustentar em disputas entre eles. Ao melhorarem seu nível técnico e financeiro, poderão galgar espaço nas principais divisões nacionais – enquanto não o fazem, que procurem desenvolver e solidificar seu nicho de mercado.
Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br
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