Sabemos que a análise de desempenho é uma área do Departamento de Futebol que ano após ano avança significativamente. Programas sofisticados são capazes de traduzir o desempenho global da equipe e do adversário em tempo real.
A partir destas análises, muitas equipes têm conseguido realizar intervenções no decorrer do próprio jogo na tentativa constante de minimizar a influência do acaso e potencializar a da competência no resultado desportivo.
Cabe à comissão técnica utilizar todos os dados disponíveis, filtrá-los e transformá-los em informação relevante para o aperfeiçoamento do Modelo de Jogo da equipe.
Muitas destas ferramentas, por mais que apresentem excelente relação custo x benefício, ainda estão muito distantes da grande maioria das 641 equipes profissionais do futebol brasileiro. Restrições financeiras, desconhecimento e conservadorismo são alguns dos itens que limitam a propagação dos programas de análise.
É bem verdade que muitos clubes ainda estão num processo anterior à aquisição dos softwares de análise de desempenho. Precisam, inicialmente, dar vida ao Departamento e ter recursos humanos disponíveis (e capacitados) para o desenvolvimento do trabalho.
No ambiente corporativo é recorrente a afirmação de que os maiores ativos das empresas são seus funcionários. Sendo assim, investir em bons profissionais é a simples e eficiente receita para sobreviver na acirrada competição do mundo empresarial. Este conceito possui total transferência para o ambiente esportivo, no caso, futebolístico e permite grande vantagem na operacionalização do trabalho técnico dos clubes de futebol, pois mesmo com poucos recursos financeiros e tecnológicos é possível obter informações importantes sobre o desempenho apresentado por uma equipe.
Fotos, filmagens abertas, scouts quantitativos e relatórios qualitativos são apenas alguns exemplos de ferramentas que exigem poucos recursos financeiros, mas que podem compor uma ótima Análise de Jogo.
De acordo com os estudos publicados na obra Os números do Jogo (Anderson e Sally, 2013), uma equipe que finaliza certo (no alvo) mais vezes que seu adversário eleva para 58% a probabilidade de vitória. Se dedicarmos os outros 42% a derrota e ao empate, estimular a eficácia da equipe no fundamento de finalização parece ser bastante importante na busca pelo resultado positivo.
Na coluna desta semana será disponibilizada ao leitor que tiver interesse uma planilha qualitativa e quantitativa referente às finalizações. Desenvolvida pelo adjunto do Novorizontino, Paulo Victor, o objetivo da planilha é trazer informações precisas da equipe relativas às quantidades de finalizações, local de sua ocorrência, atleta que finalizou, tempo de jogo, característica da jogada que originou a finalização, além do produto final.
Não só a própria equipe mas também o adversário pode ser analisado. As intervenções podem ser imediatas ao informarem ao treinador um possível padrão (da equipe ou do oponente) a ser explorado no decorrer do jogo. O controle da finalização em toda a competição pode fortalecer o ambiente coletivo de uma equipe que busca o controle do jogo pela quantidade de finalizações certas (existem outras maneiras de buscar o controle de jogo). Pode também ser ferramenta extremamente útil do banco de dados do clube para renovar contratos, profissionalizar jogadores, entre outras ações técnico-administrativas.
A vitória no jogo de futebol não é e nunca será certa. Aproximar delas, no entanto, é extremamente possível! Cruzar os braços, depender do acaso, das análises empíricas ou dos ainda inacessíveis recursos tecnológicos é minimizar o reduzido, porém fundamental, papel da comissão técnica no desenvolvimento do trabalho.
Qual a média de finalizações da sua equipe nos últimos jogos? Quais as características das jogadas que originaram finalizações? Qual o jogador que mais finaliza? Quem é o mais eficaz?
Aguardo o contato por e-mail para a disponibilização da planilha.