O alinhamento técnico nas categorias de base de um clube formador

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O futebol brasileiro de formação passa por algumas transformações significativas. Recentemente, em um curso de treinadores promovido pela CBF, inúmeras foram as discussões relativas aos trabalhos desenvolvidos em diferentes clubes do futebol nacional. Dos procedimentos de gestão às questões mais específicas dos 90 minutos (ou menos, dependendo da categoria), muitas ideias, opiniões e exemplos foram debatidos com o objetivo de capacitar os inúmeros treinadores presentes para o aperfeiçoamento de suas atuações profissionais.

Neste ambiente de discussão foi possível perceber o quão consolidado está a importância dos projetos de longo prazo para a obtenção de jogadores que atendam as demandas do futebol moderno.

Quem acompanha minhas publicações já deve ter percebido que por vezes apresento alguns cases técnicos ou administrativos para que todo o conhecimento teórico que cada leitor busca seja tangível e com reais possibilidades de aplicação.

Esta semana, o case que será discutido é do clube que trabalho atualmente e que inicia seus primeiros passos de um projeto formativo, logo, de longo prazo.

Desde sua fundação, em 2010, será o primeiro ano que o Novorizontino, clube do interior do Estado de São Paulo, disputará a competição oficial organizada pela Federação Paulista de Futebol nas categorias sub-11 e 13. Além disso, voltará a competir nas categorias sub-15 e 17 e deve se organizar para a disputa da Copa São Paulo de Juniores em 2015.

Após dois anos de clube, como auxiliar da equipe profissional e, em 2013, técnico da equipe sub-20, atualmente, além de treinador das categorias de base exerço também a função de Head Coach, com a missão de coordenar os trabalhos técnicos das equipes de formação.

A seguir irei apresentar alguns projetos e ações que estão sendo (ou serão) implantados durante a temporada, com a atuação de um corpo técnico qualificado e que podem servir de referência ou exemplo para qualquer profissional da modalidade:

•Definição do perfil de captação;
•Formação dos elencos através de seletivas ou avaliações semanais com o elenco já aprovado;
•Definir as características do DNA do Tigre, considerando: a cultura do clube, o mercado, os Modelos de Jogo atuais e o indivíduo;
•Reuniões Técnicas Semanais para o exercício da capacitação continuada;
•Definição do Currículo de Formação do Clube;
•Distribuição dos Conteúdos do Currículo para cada Categoria;
•Padronização da Metodologia de Treinamento;
•Definição do Microciclo Padrão de cada Categoria;
•Aplicação de Ferramentas de Controle do Treinamento;
•Aplicação de Ferramentas de Controle de Competição;
•Desenvolvimento de uma Avaliação Interdisciplinar, com scores técnico, tático, físico, clínico, comportamental, social, perfil de mercado, entre outros;
•Corpo técnico ciente de cada atleta submetido ao processo de formação do clube, independentemente da categoria;
•Comunicação formal intracomissões através das reuniões de planejamento semanal;
•Comunição formal intercomissões através das reuniões administrativas;
•Criação de Banco de Dados: de fornecedores, de atletas em monitoramento, de atletas em potencial de equipes adversárias, de profissionais;
•Abastecimento contínuo de informações à Coordenação;
•Avaliação 360º bianual entre o corpo técnico;
•Criação de um Relatório Anual da temporada;
•Melhoria contínua em todos os processos técnicos do clube.

Quem está acostumado com o ambiente dos clubes de futebol sabe o quão complicado pode ser a aplicação de cada um destes processos devido às complexas relações humanas que os compõem. Para colocá-los em prática, a qualidade/competência dos recursos humanos é imprescindível.

Trabalharemos muito e, ao longo da temporada, devo escrever mais sobre o tema, detalhando alguns dos processos que estão sendo aplicados e, quem sabe, servindo de inspiração para os clubes pequenos.

Formar bem é uma das únicas (senão a única) maneiras de se competir com os grandes. Então, que não percamos tempo!
 

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