Os últimos dias foram recheados de comentários sobre toda a repercussão gerada pelo clássico disputado entre Real Madrid e Barcelona no Santiago Bernabeu no último final de semana aqui no Brasil.
Para os que trabalham há algum tempo com os negócios relacionados ao esporte, nenhuma novidade. Não é surpresa nenhuma o fato do brasileiro dar mais atenção a um jogo disputado no Velho Continente em detrimento dos (bons ou ruins) jogos no Brasil.
A questão não é só o jogo mais qualificado ou o cenário (arenas lotadas) que é criado em cada disputa. A questão é a “unicidade” que se cria para cada evento, ou seja, a sua narrativa: cada jogo tem sua história e a rivalidade é reforçada em todos estes momentos. E esse é o grande viés do entretenimento.
Há tempos que não conseguimos dialogar de maneira efetiva com o torcedor. Muito porque negligenciamos sim a qualificação e o cenário das partidas, mas também porque deixamos de contar boas histórias contemporâneas sobre as grandes rivalidades. Quem são os heróis e os vilões de cada jogo decisivo?
O espaço ocupado pelos times estrangeiros não é só culpa do bom trabalho feito lá fora, mas sim do desserviço que é realizado há algum tempo em nosso futebol. E, repito, não se trata apenas da organização como um todo – que atrapalha e muito, como sistematicamente descrevemos aqui neste espaço.
Deixamos de pensar no intangível e no reforço dos melhores sentimentos que os torcedores possuem sobre os grandes e inesquecíveis clássicos!!!