Observamos muitos clubes de futebol enfrentando problemas e crises ao longo de uma temporada no Brasil. São inúmeras competições, muitas vezes simultâneas e um vai e vem de atletas e treinadores dentro dos clubes. Com esse cenário, como seria possível superar momentos de maus resultados em campo, crises eminentes e demissões de cargos técnicos?
Sabemos que o futebol está cada dia mais complexo, com todo o tratamento que o esporte recebe nos dias de hoje como negócio. Se por um lado buscamos profissionalizar o futebol, com planejamentos mais realistas e fundamentados, com desenvolvimento de talentos desde a base e variadas estratégias de marketing, ao mesmo tempo, precisamos considerar a variação de resultados como algo eventualmente natural para um esporte coletivo de alto desempenho. Porém, esta variabilidade de rendimento, por envolver uma carga emocional muito grande devido ao envolvimento dos fãs, ou torcedores, traz uma latente necessidade por resultados de curto prazo.
E como equacionar essa equação?
Infelizmente não existem fórmulas mágicas, mas sim estratégias e planos de ação que ao serem colocados em execução, podem sim trazer resultados melhores em médio prazo.
Quanto a gestão do negócio, cabe retornar ao planejamento estratégico da temporada, rever as metas e replanejar o que for necessário para ter uma adequada compreensão do estado atual do resultado do futebol e com isso alinhar adequadamente as expectativas de todos os envolvidos. Eventualmente, caberão novas ações a serem implementadas para que se possa ainda manter a direção definida em planejamento, porém, caso as ações não sejam uma alavanca real para os resultados, pode haver a necessidade de ajuste de rumo.
Em relação as lideranças, tema complexo, cabe uma adequada capacidade de inteligência emocional para lidar com os momentos de maus resultados. Isso pode contribuir para a manutenção da própria confiança e a dos demais, que são impactadas positivamente quando existe a crença real sobre o caminho que se está seguindo.
Em relação aos atletas de futebol, cabe sim a adequada maturidade para o enfrentamento da realidade na qual o time se encontra. Uma vez que o atleta compreende que a situação real é difícil e complicada, este começa a perceber que na verdade cada situação de problema, nada mais é, do que uma oportunidade de superação e aprendizado. Dificuldades todos passam, atletas ou não, quando o atleta lembra que para chegar até aquele momento já passou por vários desafios na vida e que todos eles foram superados, ele tende a perceber a situação como mais um desafio a ser vencido em sua carreira.
Na minha opinião, apesar do torcedor ou fã ser o grande responsável pela paixão que o futebol representa, em momentos de crise ele também tem um papel de direta influência no resgate do time. Pois, quando se une aos dirigentes, aos atletas e membros da comissão técnica, isso demonstra que existe uma confiança entre todos os seres humanos envolvidos no futebol.
Aí sim, caro leitor, teremos a chance mais realista e sustentável de ver novas histórias de superação e extinção de crises existentes, pois o tripé planejamento, execução e pessoas começa a funcionar com excelência.
E ainda, o final de qualquer ciclo de crise no futebol ainda tem mais uma valiosa questão a ser registrada para minimizar o impacto de outros momentos de dificuldade: o aprendizado vivido na prática e as lições aprendidas como histórico para novas temporadas.
Até a próxima.