O mundo do futebol amanheceu em um verdadeiro pesadelo. A realidade superou a ficção. A Chapecoense que há menos de uma década sequer disputava a Série D voava para um sonho, disputar a final de uma competição continental contra o atual campeão da Libertadores, o Clube Atlético Nacional da Colômbia.
O sucesso da Chape, como é carinhosamente chamada por seus torcedores, não é por acaso, mas fruto de uma gestão profissional e muita competência para formar boas equipes sem endividamento e com recursos limitados.
Sediada em Chapecó, município catarinense com cerca de 200.000 habitantes, a Chapecoense ingressou na Série D, em 2009, subiu para a Série C em 2012, Série B em 2013 e Série A em 2014, da onde nunca mais saiu.
A vaga para a final foi conquistada contra San Lorenzo, um dos grandes do futebol argentino, com uma defesa milagrosa do goleiro Danilo imortalizada na voz de Deva Pascovicci, ambos mortos no acidente. Ali, o que seria um passaporte para a alegria, era, na verdade, um passaporte para o infinito.
Quem poderia imaginar que o grande conto de fada da Chapecoense pudesse terminar com uma tragédia?
O futebol mundial já sofreu com outras grandes tragédias. A maior delas ocorreu em 1949 e vitimou toda a equipe do Torino, base da seleção italiana e tetracampeã da Itália.
Os Deuses do futebol não poderiam permitir que essas tragédias rodeassem o futebol. As cenas da festa da equipe da Chapecoense após a classificação para a final partem o coração.
Como pode o imponderável interferir tão drasticamente na trajetória de um clube tão profissional?
Não será fácil para a Chapecoense se reerguer.
Os doze maiores clubes do Brasil e alguns internacionais como Benfica e Porto já manifestaram-se no intuito de auxiliar a reconstrução do clube catarinense.
Além disso, o título da Copa Sul-Americana deveria ser dividido entre as equipes finalistas com a consequente classificação da Chapecoense para a fase de grupos da Libertadores, já que o Nacional da Colômbia está garantido como atual campeão.
No âmbito nacional, os próximos regulamentos deveriam conceder ao clube o benefício de não poder ser rebaixado nos próximos 3 anos.
Por fim, cada torcedor que hoje manifesta sua solidariedade nas redes sociais pode (e deve) associar-se ao programa de sócio torcedor da Chapecoense.
A união de todos não trará de volta quem se foi, muito menos minimizará a dor, mas são medidas extremamente desportivas capazes de auxiliar no reerguimento da Chape.
Nesse dia, palavras, cores, alegria não existem. Choramos juntos!!!
#ForçaChape