Olá a todos!
Esta coluna vai tratar de diversos temas relacionados à gestão, marketing e comunicação do futebol brasileiro e internacional, e suas implicações tanto no Brasil quanto no mundo. O objetivo é fomentar a discussão destes temas para, à sua medida, contribuir rumo a um futebol melhor. Desde já quero agradecer ao amigo Carlos Pereira e à equipe da Universidade do Futebol por este espaço.
Este primeiro texto lembra a apresentação do Neymar Jr em Paris. Essa transferência do clube catalão para a Cidade-Luz rendeu inúmeros debates de diversas temáticas, mas tratamos da que é a internacionalização de uma marca do esporte, no caso a de um clube de futebol. Com a globalização e desenvolvimento das telecomunicações, isso é cada vez mais evidente. A equipe francesa nos faz lembrar quando Raí foi lá jogar em meados dos anos 90. Os clubes das ligas espanhola e italiana, já fazem isso há mais tempo. A comunicação do futebol inglês pelo mundo todo impressiona. Nessa linha de pensamento, a Liga Norte-Americana (MLS) caminha neste sentido: quem não se lembra do Beckham em Los Angeles? Percebe-se a presença cada vez maior de torcedores de equipes estrangeiras em nosso país, que se encontram aos sábados e domingos pela manhã para assistirem – pela TV ou internet – os jogos dos seus times preferidos. Teriam os clubes brasileiros – caso queiram isso – capacidade de tornarem os seus produtos mais globais?
A resposta é sim! O trabalho leva tempo e deve se concentrar em como a entidade esportiva (o clube) se comunica, no que diz respeito à disponibilidade de informação para o público estrangeiro que é potencial consumidor do seu produto (os jogos pela TV via satélite ou internet, os “lives” com o ídolo pelas redes sociais com tradução simultânea). Ao mesmo tempo isso dependerá em certa medida das relações comerciais do Brasil com diferentes regiões do planeta, ao passo que quanto maior for a aceitação por produtos brasileiros no exterior, também será com o futebol dos clubes do país. Por analogia, as telenovelas daqui possuem essa abrangência.
Para tudo isso é preciso que o produto esportivo seja atraente tanto para o público local e, em um segundo momento, global: bons jogos, torneios competitivos, detecção e manutenção de grandes talentos em casa e potencializar os rendimentos dos nossos clubes, a fim de que os recursos sejam direcionados aos elementos mais importantes do esporte: o atleta e o torcedor. Daí a importância na especialização de treinadores e integrantes das comissões técnicas e do profissionalismo dos gestores do esporte. Este trabalho, a prazo, é capaz de competir com outras ligas estrangeiras de futebol e fazer os clubes do Brasil reconhecidos internacionalmente, não apenas serem lembrados de maneira pontual.
Com tudo isso, o processo de internacionalização do futebol de clubes do Brasil é totalmente pertinente. No entanto, é preciso que isso seja feito com muita organização, mais interessante em um primeiro momento ao público local, para depois, de uma maneira articulada com outros setores da atividade econômica, buscar novos mercados pelo mundo. O interesse dos árabes com o Neymar Jr em Paris vai além do projeto esportivo, cujo processo não está distante do futebol de clubes do nosso país.