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Quando se assume uma equipe, há a necessidade de se ter bem definido como se deve e vai trabalhar. Ter estabelecido como vai ser arquitetada a metodologia, como liderar, como se quer jogar, que tipo de atleta precisa-se, que perfil de atleta deseja-se, que perfil de auxiliares é o mais aconselhável, que departamento necessita-se, etc. Enfim, ter antecipadamente formado o que se quer para a equipe. Nada mais é que um processo de codificação da performance. Ou seja, modelagem. Modelar algo que quero seguir, que tenho como verdadeiro, perante minhas experiências, crenças e valores. Minhas representações internas. O meu ideal como equipe, como comportamento, minha opção de jogo. Devemos modelar algo que deve estar pré-estabelecido. No caso do treinador, envolve a reprodução da mesma seqüência de padrões de pensamento e comportamento do “meu” modelo, daquilo que pretendo. Com relação ao futebol, é como eu devo me comportar perante determinada situação no jogo.

Como dizia Vitor Frade: “Modelo de jogo é tudo. É uma sintonia com tudo que é envolvido. E pode, existindo, estar de acordo com aquilo que quero modelar ou, existindo, contrariar bruscamente aquilo que quero modelar” (atrevo-me a dizer que tudo depende do treino). O modelo de jogo é a concepção geral onde eu quero fabricar o jogo. Que alberga também a forma de jogar. E parafraseando o mesmo autor (V.Frade) “Modelo de jogo é algo que não existe a lado nenhum, todavia a gente procura encontrar”. E se, por virtude de um bom trabalho, eu chegar perto do meu ideal, devo imediatamente estabelecer um novo modelo, para a devida manutenção da máxima forma competitiva. Melhor dizendo, o modelo deve constantemente se “auto-desenvolver”, sempre buscando a sua constante evolução.

Alcançar, enfim, verdadeiramente, o alto rendimento. Essas são as necessidades fundamentais. Ser, independentemente, coerente com o tipo de jogo que pretendo, e a forma como se constrói esse jogar.

Na minha percepção, o que há de mais fascinante nisso tudo, é que não interessa qual é o modelo de jogo, qual minha opção de jogo. O que interessa realmente é que haja um modelo de jogo, invariavelmente de qual seja. Que exista uma opção de jogo bem definida, caracterizado e bem estruturada. Porque formas de jogar há muitas. E no futebol não há uma relação linear com uma dada metodologia e o sucesso na competição. Outras equipes que ganham alicerçam essa fabricação de jogar, essa forma de jogar em processos totalmente diferentes e antagônicos, mas também ganham. E, com certeza, também terão alguma validade.

Sendo o treino um meio de repetição do processo de resolver problemas, e não apenas uma repetição do meio de resolver problemas, devemos considerar o treino como um processo de ensino-treino. Desde cedo devemos estar preocupados com esse processo. Esse processo é identificado fundamentalmente pela presença de conteúdos que tenham a ver com o jogar que se pretende. Temos que, com isso, ser coerentes com os princípios desse jogar. Porque é esse processo que vai possibilitar a tal “cultura de jogo”, um conjunto de operações e comportamentos que identificam a equipe.

O entendimento desse processo passa por reconhecer a necessidade do jogo e de sistematizar e inventar os princípios inteiramente indispensáveis. E depois viabilizar o seu aparecimento, a sua construção, a sua engendração, o seu desenvolvimento, com mais ou menos tempo (dependendo do treino). Isto alicerçado numa lógica de ensino-treino que tem uma caracterização muito peculiar, a sua. Porém, devendo sempre ser arquitetada com preceitos científicos e metodológicos. Temos que assimilar nossa forma de jogar. Isso que promove identidade. Isso que faz jogar de olhos fechados. Isso só se consegue treinando, com coisas bem precisas e concretas, que são os princípios. A fim de automatizar o nosso modelo.

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