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Os principais torneios de clubes do futebol do Brasil estão chegando ao fim e dois episódios chamaram a atenção nos últimos dias. O primeiro deles foi de o treino do Sport Recife – enquanto se preparava para a partida contra o Fluminense – nas instalações do Flamengo ter incomodado alguns dirigentes do clube do Rio de Janeiro. Aqueles (felizmente) que não tomam as decisões. Em Campinas, o outro episódio: a invasão de torcedores ponte-pretanos revoltados com o resultado da partida que rebaixou a Ponte Preta para a Série B.00

Imagem: Divulgação
Imagem: Divulgação

 

Por todas as discordâncias que existem entre os Rubro-Negros – carioca e recifense -, sobretudo pelo título nacional de 1987, conduzidas ao plano jurídico inclusive, não impede que as agremiações mantenham saudáveis relações esportivas. É direito de alguns dirigentes do Flamengo se incomodarem com isso. Entretanto, impedirem o treino do Sport ou mesmo ameaçarem seus afastamentos do clube (como foi o que aconteceu), é fazer “tempestade em copo d’água” e comprometer com sua cultura organizacional, já previamente estabelecida. Uma coisa é a rivalidade dentro de campo, compartilhada de maneira saudável, com respeito ao adversário. Outra completamente diferente é deturpar esta rivalidade e potencializá-la para atitudes extremas e sem o mínimo de bom senso. Ora, um não existe sem o outro. Todos fazem parte do mesmo negócio, um depende do outro.

O outro episódio – também infeliz – foi a invasão de campo por alguns torcedores da Ponte Preta, indignados com o rebaixamento do clube para a série B do campeonato nacional. Estamos no ano 2017 do século 21 e ainda vemos cenas assim. Alguns podem dizer que isso também acontece nos campeonatos mais ricos ou nos países com os melhores indicadores sociais. Sim, de fato. Mas nem por isso são aceitos pelas autoridades e sociedade. E nem aqui também deve ser. O clube foi rebaixado, mas a vida continua. Ela segue. Uma oportunidade para recomeçar e se reinventar. Ver o que deu errado e corrigir. Observar o que deu certo e continuar. Infelizmente a ausência do Estado na promoção do bem-estar é tão grande que boa parcela dos torcedores se apega de tal maneira ao clube, que o êxito dentro de campo passa a ter o mesmo significado para a vida do adepto. No entanto, não se pode mais tolerar este tipo de comportamento.

Com tudo isso, episódios como estes são inadmissíveis atualmente no universo esportivo atual.  Remetem a uma ideia de amadorismo, impunidade e conivência com o que é, no mínimo, absurdo. É preciso romper com isso. O rompimento só se dará, entre os muitos fatores, através de muito profissionalismo e uma comunicação bem clara e abrangente que valorize a cultura do futebol – que é de paz – e os bons valores.

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