Há décadas discute-se sobre os fatores para o sucesso do futebol feminino no Brasil. Em mês do Dia Internacional das Mulheres, este debate ganha mais adeptos. São várias as perguntas que colocaram em dúvida o crescimento da categoria no país. Agora, parece que se sabe das origens dos seus problemas. É preciso, portanto, fazer acontecer. Este “fazer acontecer” passa pelas praticantes, pelos torcedores, clubes e federação local.
É inegável que o esporte possui um papel social bem forte. Consequentemente, o sistema esportivo (atletas, clubes e federações) também. Felizmente, o tema que se refere à igualdade de gêneros tem ganhado destaque e faz parte da “Agenda 2020”[1] do Comitê Olímpico Internacional. As instituições esportivas possuem grande importância para a sociedade, as pessoas identificam-se a várias delas, outras tantas possuem credibilidade, tradição centenária, são centros de atenção e, muitas vezes, formação de opinião. Não raramente, – com muitos exemplos mundo afora -, delas emanam iniciativas que quebram paradigmas, assim como foi o supracitado gesto do olimpismo.
Clubes e federações devem trabalhar de maneira incansável com a igualdade de gêneros a fim de reduzir o grande abismo que se vê no Brasil. Não devia ser considerado como, mas é papel social destas entidades fazer a categoria crescer por aqui. E é importante que os clubes façam parte deste processo para aproveitar a ampla base de torcedores que possui. Com isso, com frequência e, à prazo, o futebol feminino no país criará mais referências. A competitividade e o profissionalismo aumentam. Em um segundo momento, mais mulheres estarão envolvidas nas comissões técnicas e na gestão do futebol. Não que apenas com o futebol feminino isso irá acontecer, mas não há dúvidas de que será um grande incentivo. Antes do lucro financeiro e dos títulos (que sem dúvida alguma são importantes), é preciso refletir em como os clubes e o futebol local (federação) querem ser vistos e reconhecidos? Exemplos não faltam.
Portanto, é fundamental que o gesto rumo ao crescimento e desenvolvimento do futebol praticado entre as mulheres no Brasil não tenha apenas como base a confederação nacional. É preciso partir da base, especificamente nos clubes, com o fomento ao esporte de participação e rendimento. Dessa maneira, não mais discutiremos os motivos do ponto-de-situação da categoria no Brasil, mas sim das consequências do bom trabalho realizado a partir do que um dia fora proposto fazer.
Em tempo, uma Feliz Páscoa a todos os leitores!
[1] recomendações com o objetivo de repaginar o futuro do esporte nas próximas décadas