Escrevo esta coluna antes do jogo entre Brasil e Sérvia. Impossível saber o que vai acontecer. O desejo deste colunista é que a seleção brasileira vá até o fim e conquiste a taça. Até lá o caminho é longo e se torna mais difícil. Simultaneamente, a cobertura da Copa pelos veículos de comunicação é incansável e incessante, cada segundo é precioso em busca da atenção de milhões de torcedores. As mais diversas temáticas, análises, questões e levantamentos de polêmicas. Cobertura completa, a abranger todos os níveis dentro de um espectro entre o que há de mais negativo e o que há de mais positivo.
Vamos atentar ao lado positivo. Muito se fala do distanciamento da seleção com o torcedor. Percebe-se pela TV que está havendo uma boa interação – dentro dos padrões de segurança atualmente permitidos – do plantel com os brasileiros que estão na Rússia. Os cânticos originais e que celebram a história do ‘Escrete’. As recepções nos hotéis. O próprio “Canarinho Pistola”. A recente situação de ele ser barrado pelos seguranças de um hotel, em uma representação típica da de um comum torcedor brasileiro, contido por um agente da força pública a pedir para maneirar nas comemorações. Simbolicamente, o mascote da seleção de futebol é mais um “dos nossos”.
Que bom que isso está acontecendo. Pena que só agora. Entretanto, há de se reforçar: que bom que está acontecendo! Há muita coisa com que não se concorda, há. Muita coisa que podia ser diferente, sim. Não se deve fechar os olhos a isso. No entanto, ao mesmo tempo, tem vários detalhes e exemplos que têm dado certo no que diz respeito à gestão da seleção brasileira (equipe) e no trabalho dela no âmbito do marketing e comunicação. Criticar sim. Torcer contra ou a favor, também sim. É direito de todos. É perceptível um certo esforço por parte da opinião pública em valorizar os pontos positivos do trabalho da equipe brasileira, e incentivar uma cultura de bom senso, espírito coletivo e otimismo, o que não é nada ruim! Obviamente, sem “fechar os olhos” para o que está errado. Está dentro deste bom senso saber quando posicionar-se em relação aos pontos negativos e também aos positivos.
Aos poucos percebo uma “onda verde e amarela” a ganhar corpo. E a coluna desta semana pode não fazer tanto sentido caso o Brasil perca para a Sérvia ou fique fora da Copa do Mundo. Que ao menos o movimento de bom senso, de cultura coletiva e associativista, positiva e otimista ganhe força dentro da sociedade brasileira.
Com tudo isso, assim como foi em 1958, que a atmosfera da seleção do Brasil possa servir de exemplo ao país, de trabalho executado com profissionalismo e excelência. Desta vez, de que todos juntos, se vai mais longe. Que isso aconteça agora, já no Mundial.