O que a Fórmula 1 pode ensinar ao futebol do Brasil

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O Brasil recebeu há alguns dias uma etapa da principal categoria do automobilismo mundial. Nos últimos anos ela tem sido um exemplo de como comunicar um produto, ao valorizar os bastidores e as entrelinhas do “circo” da fórmula um (F1). Tudo isso feito também dentro do nosso país.

Diálogos pelo rádio durante a corrida. Provas antigas. Construção de novos circuitos. Parada dos pilotos, ao vivo, com estrelas do passado a entrevistarem as atuais, em uma “resenha de boleiro” mas do esporte-motor. As polêmicas. O espírito esportivo. Estes são alguns exemplos de como a “Liberty Media”, grupo que há poucos anos assumiu a gestão da Fórmula 1, trabalha a comunicação da modalidade. Transformar os pilotos em superestrelas e trazê-los para mais perto do público. Humanizá-los. Como consequência, a imagem do evento melhora e se conecta com a torcida.

Não que esta conexão não exista no futebol do Brasil. Sim, há. No entanto, é preciso potencializar isso. Sem redundância, há bastante potencial para. Em primeiro lugar, os clubes, os campeonatos são donos de um produto que oferece um ‘banquete’ para este tipo de ação. Os futebolistas são funcionários de um clube, vivem um dia a dia de trabalho e são pessoas que possuem rotina, família, amigos e ídolos. Dentro e fora de campo. As pessoas querem saber destas relações porque isso as conecta com os protagonistas da paixão que possuem: o futebol, o clube. Em segundo lugar, este tipo de comunicação ajuda a posicionar o produto dentro de um mercado de entretenimento esportivo cuja concorrência cresce a cada dia, ou seja, colabora com o marketing (inserir um produto em um ‘mercado’ para ser adquirido/consumido). Por que a F1 resolveu inovar? Por que perdia torcedores, quer seja pela falta de competitividade (Schumacher, Alonso e Vettel por anos campeões consecutivos) e atratividade (burocrática e distante da torcida).

Como comparação, uma vez disseram isso (desculpas à ausência de referência ao autor desta máxima, mas realmente este colunista não se lembra) e faz todo o sentido: “A Disney não vende o Mickey Mouse, e sim os desenhos animados”. Ora, pela lógica, se o Mickey é vendido, não há mais desenho. Com o futebol do Brasil passa o mesmo. A ganância dos agentes e ausência de uma gestão profissional – voltada para o mercado – dos clubes, faz com que os melhores futebolistas brasileiros partam para o estrangeiro. Por que não vemos tantos mexicanos nas principais ligas da Europa? Talvez porque quem organiza o campeonato mexicano seja um conglomerado de mídia (Televisa). Coincidência ou não, o atual gestor da F1 veio da indústria da televisão, e não do meio do esporte-motor.

“Parada dos Pilotos” em Interlagos, neste ano. (Divulgação: foto: racefans.net |Copyright: Batchelor / XPB Images)

 
Esporte é entretenimento. É negócio. Em respeito sempre ao atleta e ao torcedor.
Com tudo isso, basta olhar todo o conteúdo produzido de sons e imagens pelo canal oficial da F1 para termos dimensão do quanto que se aproveita de um fimdesemana. Um festival que celebra a corrida. Enquanto isso, no futebol, não se celebra o jogo, mas sim discute-se a demissão de mais um técnico. Talvez tenha sido o principal assunto. É preciso romper com isso.
 

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