Cultura das organizações e filosofia de trabalho

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Para uma organização (esportiva ou não) implementar uma filosofia de trabalho (a verdade e os princípios morais dela), com base em sua missão, visão e valores, leva um tanto de tempo. Ela é importante para a adaptação de um colaborador e o estabelecimento de uma rotina, assim como é um dos fatores responsáveis por proporcionar entrosamento em uma equipe. É a representação da cultura de uma instituição. Em muitos casos, a implementação de uma filosofia de trabalho vem acompanhada por uma cartilha de direitos e deveres do colaborador.
Parece um tanto básico, mas faz toda a diferença. Instituições centenárias, ou mais recentes porém sólidas, baseiam-se em uma cultura que se vislumbra em um primeiro momento para depois se desenvolver ao longo do tempo.
No futebol, dizem que o Corinthians possui algo parecido. Uma vez me disseram que o funcionário de chão de fábrica do clube é treinado a levar consigo a máxima “Aqui é Corinthians”. Em outros clubes, também, com a manutenção de comissões técnicas fixas nas categorias de base. Aos poucos elas passarão aos jovens atletas um jeito de atuar próprio do clube, construído em mais de um século, através de jogadores notáveis e títulos importantes. No São Paulo, o Centro de Treinamento em Cotia possui poucos funcionários terceirizados, pelo mesmo motivo (funcionários do clube se identificam com ele, têm a essência do clube).
Insisto no tema porque reconheço este ser um dos problemas do esporte no Brasil, sobretudo no futebol. Os que citei no parágrafo anterior, são algumas exceções. O problema também ocorre em outros países. Patrick Vieira não quer ser treinador na Liga Inglesa porque acredita não terá tempo suficiente de implementar uma cultura de trabalho. Ele declarou à revista “FourFourTwo”: It’s all about winning. There’s so much pressure” (Tudo é questão de vitória / É muita pressão).
Conheço um pouco dos All Blacks e a União de Rugby da Nova Zelândia. Quem é convocado para a seleção pela primeira vez ou é recrutado para trabalhar na sede da federação, passa por um período de treinamento para saber onde se vai trabalhar (ou jogar), para quem (com quem) e quem na história ajudou a fazer a instituição. Isso sustentado pela missão, visão e seus valores.

O túnel de entrada em Anfield, estádio do Liverpool FC. (Foto: Reprodução/Divulgação)

 
Voltamos ao Corinthians e especificamente a um treinador que teve muito sucesso naquele clube, o Tite. Queriam mandá-lo embora depois de uma derrota para o Tolima, na Pré-Libertadores, em 2011. Apesar do revés, mantiveram-no no cargo. Abriram mão dos resultados e da pressão (o que Vieira disse haver na Liga Inglesa (torneio que é exemplo, referência de planejamento e implementação de cultura de trabalho dentro do esporte). Com isso, tiveram tempo para estabelecer aos poucos uma equipe campeã, sem estrelismo ou protagonistas, e em que a instituição de fato parecia estar em primeiro lugar.
Não sei por quais motivos o Tite ficou no cargo. Quero muito acreditar que tenha sido uma opção feita a partir da cultura da organização.

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Em tempo mais uma citação que se relaciona com o tema da coluna:

“Campeões não são feitos em academias de ginástica. Campeões são feitos de algo que eles têm dentro deles mesmos: um desejo, uma visão, um sonho. Eles têm que ter a habilidade e o desejo, e o desejo tem que ser mais forte que a habilidade.”
Muhammad Ali

 

 
 

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