Quem treina o treinador? – O contexto de atuação

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Salve, salve amantes do futebol! Em nossa primeira coluna abordando as questões que envolvem a formação dos treinadores, ou o que chamamos de treinar o treinador, falamos um pouco acerca do que se deve fazer para iniciar uma trajetória profissional na área aqui no Brasil. Já na coluna de hoje, falaremos sobre preparar o treinador para atuar nos diferentes contextos que compreendem essa função.

Geralmente, treinadores que atuam em escolas desejam atuar em categorias de base, e a maioria dos que atuam em base almejam trabalhar no profissional. Entretanto, quem treina o treinador para que este saiba adequar a didática, metodologia, comunicação, liderança e outras competências nesses diferentes contextos? Muitos, por não serem orientados ou por inexperiência, ao lerem um livro do Guardiola, Mourinho ou Klopp, ou assistirem treinamentos no youtube de Bielsa, Sampaoli ou Simeone, se precipitam e reproduzem o que leram/viram acriticamente e de forma descontextualizada. Essa precipitação no processo de ensino do futebol é conhecida entre os pesquisadores como ansiedade pedagógica.

De modo geral, os contextos que mencionamos acima podem ter 4 diferentes classificações, dentro de dois grandes ambientes, o da participação e o do rendimento, conforme apresentado abaixo:

a) ESCOLAS E PROJETOS SOCIAIS – Contexto de PARTICIPAÇÃO crianças e jovens
b) RECREAÇÃO E AMADOR – Contexto de PARTICIPAÇÃO adulto
c) CATEGORIAS DE BASE – Contexto de RENDIMENTO crianças e jovens
d) PROFISSIONAL – Contexto de RENDIMENTO adulto

Nesse sentido, para que o treinador tenha uma prática eficaz, o mesmo deve adequar suas competências aos diferentes contextos nos quais ele pode atuar ao longo de sua carreira. Além disso, a melhor maneira de desenvolver-se, independente do meio onde o profissional está inserido, é por meio da prática deliberada, como vimos na semana passada. Portanto, para quem quer atuar em um ambiente diferente, recomenda-se:

a) atuar como auxiliar de um treinador expert contextual, ou seja, aprender com um treinador que possui experiência no contexto no qual se pretende trabalhar;

b) após vivenciar a nova conjuntura, realizar cursos que abordam tal realidade;

c) dialogar com pares mais experientes no referido contexto;

d) obter licenças de atuação para o novo contexto;

e) refletir sobre erros e tratar as “dores” do novo cenário (porque vão existir muitos no início);

f) criar links e adaptar criticamente os conhecimentos do contexto anterior;

g) buscar uma mentoria.

Fez sentido? Continuaremos na semana que vem com mais uma coluna sobre treinar o treinador. Grande abraço e até lá!

Referências

CÔTÉ, J.; GILBERT, W. An Integrative Definition of Coaching Effectiveness and Expertise. International Journal of Sports Science and Coaching. v. 4, n. 3, p. 307-323, 2009.

Sobre o autor

Gabriel Bussinger é treinador e instrutor da CBF academy. Mestre em Educação Física pela UFSC, com 3 pós graduações na área. Já atuou em categorias de base e profissional, no Brasil e Dinamarca. Possui as licenças C e B da CBF e é parceiro de conteúdo da Universidade do Futebol.

Acompanhe as redes sociais do Gabriel Bussinger: YouTube Telegram; Podcast – Diário do treinador; Instagram

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