Futebol e tecnologia: possibilidades e limites

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Crédito imagem: CBF/Divulgação

O Catar está criando sistema de refrigeração com energia solar, para amenizar a temperatura nos estádios na próxima Copa do Mundo. Para tomar as decisões do VAR mais rápida e precisa a FIFA pensa em usar inteligência artificial com “árbitros robôs” para marcar impedimentos nos jogos. Árbitros de linha seriam substituídos. Nas mídias sociais, clubes deixam de ser apenas notícia e objeto de reportagem – passam a ser sujeitos produtores de conteúdo. As revoluções tecnológicas e informacionais criam novas redes de interação entre clubes, jogadores, torcedores, jornalistas, patrocinadores, e demais agentes do futebol.  

Nas práticas internas do clube, a coleta, análise e cruzamento de dados mudou o futebol como espetáculo esportivo. Os clubes criaram laboratórios e soluções de software para atender as necessidades de diferentes áreas. Valendo-se das ciências de dados, clubes constroem chaves de indicadores de performance (KPIs), entendendo realidades presentes e tentando prever cenários futuros.

Dentro do campo, softwares quantificam padrões de movimento e exigência física, monitoram a fadiga, ocupação de espaços no campo de jogo (mapa de calor), tomadas de decisões, padrões táticos e outros. Mecanismos de inteligência artificial, como algoritmos, ajudam analistas a avaliar a performance de equipes, identificar e prospectar indicadores de desempenho, e localizar jogadores, com base em perfis de jogo, ao redor do mundo. As novas tecnologias transformaram metodologias, conteúdos e recursos de treinos, e princípios táticos que norteiam ações individuais e coletivas do jogo. Estenderam um sistema informatizado, arbitro de vídeo (VAR) para auxiliar o arbitro dentro de campo, em lances polêmicos. A tecnologia não apenas assessora o jogo – ela muda o jogo.

Nessas condições, os softwares se tornam símbolo de possibilidade e de risco: por um lado, o uso de dados ajuda a profissionalizar práticas, trocando intuições por conhecimentos mais objetivos e verificáveis; por outro lado, a linguagem dos softwares e da tecnologia ameaça reduzir a imaginação e a percepção do jogo, como se fosse objeto de tipo técnico-científico, previsível e manipulável. O futebol mescla técnica e improviso, previsibilidade e surpresa, dados objetivos e emoções pessoais e coletivas. É um esporte complexo, permeado por cultura, psicologia, sociedade, política. A tecnologia deve compreender, e não reduzir, essa riqueza do futebol. 

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