Tokenização em campo – Novos horizontes das transações no futebol

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Diante de um cenário repleto de instabilidade e mudanças repentinas, o universo do futebol, cerne do entretenimento brasileiro (e mundial), se viu diante de uma crise com impactos significativos para a receita de diversos clubes esportivos em todo o mundo, abrindo as portas para novas oportunidades e modalidades no âmbito das transações financeiras.

Desde 2019, alguns clubes têm estudado novas possibilidades de rentabilizar as transmissões esportivas e, agora, diante da crise do coronavírus que se estende há mais de um ano, o mundo das criptomoedas e das transações de ativos digitais já se tornou realidade. Em janeiro, tivemos a primeira transação em criptomoedas envolvendo um jogador do futebol de elite – David Barral, do DUX Internacional de Madrid.

Em outros clubes europeus, as transações envolvendo ativos digitais ganhou destaque com a criação de um aplicativo chamado Fan Token. Sem promessas de retorno financeiro, o aplicativo comercializa ativos que permitem os torcedores a escolherem uniformes de equipe, músicas do estádio, acesso exclusivo ao banco de reservas e outros benefícios indiretos, que se tornam atrativos pela paixão da torcida. Alguns dos times que aderiram à nova modalidade de transações digitais foram Paris Saint-Germain, Juventus, Roma e Atlético de Madrid.

No Brasil, os ativos digitais já se tornaram uma realidade no Vasco da Gama, que lançou o Vasco Token. A partir dele, os sócios que investirem no ativo adquirem direitos de crédito do clube referentes ao mecanismo de solidariedade, que remunera os clubes pela formação dos atletas de base. Assim, cada vez que um jogador da base é transferido, o clube comprador paga o mecanismo de solidariedade e o valor é distribuído aos detentores dos tokens.

No cenário de crise, a proposta de venda dos tokens, que sustenta um sistema ganha-ganha entre clube e torcedores, serviu para angariar mais de R$ 10 milhões em ativos comercializados. Esse valor, que será destinado pelo Vasco para pagamento de salários, virá como retorno a médio-longo prazo para os torcedores que, sem poder comparecer aos estádios, podem ajudar o clube do coração neste momento complicado.

A ideia, que contou com o apoio de uma das gigantes do mercado de criptomoedas, pode ser aplicada por outros clubes, já que foi bem aceita pelos torcedores como investimento de grande potencial – as transações internacionais geralmente são feitas em euro ou em dólar, e o câmbio para a moeda brasileira garante um ganho significativo para os investidores

Apesar de haver um risco de não haver rentabilidade a partir do mecanismo de solidariedade – se, por exemplo, o atleta tiver seu contrato encerrado ou optar por seguir a carreira toda em um mesmo clube e não haja valores de transação para compensar o investimento, o universo do futebol oferece uma série de possibilidades para Tokenização: ingressos, mercadorias e, inclusive, transmissões esportivas, que já estão sendo rentabilizadas de outras formas.

Essas possibilidades são potencializadas através da tecnologia, que garante um avanço exponencial e maximizadas pelo contexto da pandemia ocasionada pela covid-19. Diante deste cenário, os clubes buscaram diversas formas de se rentabilizar, seja abrindo transmissões de seus treinamentos, viagens, bastidores, buscando alimentar os caixas dos clubes, afetados pela ausência do público nos estádios. Em paralelo a isso, um estudo da Binance Research, apontou um crescimento das criptomoedas de 2.300% em 2021 com valor investido na casa dos US$ 40 bilhões, o que torna este novo horizonte ainda mais atrativo para esse nicho.

O Vasco espera arrecadar de cerca de 50 milhões de reais, através da Exchange. Se virtualmente, blockchain e criptomoedas ainda geram muitas dificuldades de materialização, na vida real, 50 milhões de reais soam como algo bem palpável.

Aguardemos as cenas dos próximos [e exponenciais] capítulos.

Glossário:

CRIPTOMOEDA – é um meio de troca que utiliza da tecnologia de Blockchain e da criptografia para assegurar a validade das transações e a criação de novas unidades da moeda.

BITCOIN – É a mais famosa de todas as criptomoedas. Atualmente, um bitcoin vale cerca de R$ 320 mil reais.

TOKEN – Tokens são ativos digitais que representam uma parcela de um ativo real. Por exemplo, caso uma loja seja Tokenização, quem adquirir um token da loja irá obter lucro sob o lucro da loja.

BLOCKCHAIN – De forma resumida, blockchain é um sistema que registra e permite rastrear o envio e recebimento de informações pela internet, e é esse sistema que, assim como um livro de contabilidade não alterável, permite o controle das transações envolvendo criptomoedas.

MINERAÇÃO DE DADOS – É o ato de realizar cálculos matemáticos. Quando um computador realiza esse cálculo criptográfico ele recebe uma recompensa em bitcoins. Dizemos que ele está minerando e permitindo que surjam mais Bitcoins.

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