Crédito imagem – Dinho Zanotto/AGIF/CBF.com
O futebol é cíclico e muda constantemente. O jogo que se pratica hoje é bem diferente se comparado ao de cinco, dez anos atrás. A nossa própria vida tem registrado uma evolução colossal: por exemplo, tenho certeza que você utiliza hoje aplicativos de celular que nem existiam na década passada.
No futebol, se antes falávamos de tática achando que a discussão já deixava de ser rasa argumentando que o 4-4-2 era mais efetivo que o 3-5-2 e vice-versa, houve uma evolução ao colocarmos na mesa conceitos do modelo de jogo, tema amplamente difundido pela literatura portuguesa. Claro que é mais relevante falar de princípios operacionais como amplitude, profundidade, compactação, flutuação e etc do que quantos zagueiros ocupam a primeira linha defensiva de uma equipe.
Mas o próximo passo, que já vem sendo dado por muitos profissionais brasileiros, é trazer a discussão para o aprimoramento tático e técnico do jogador. E quando me refiro que tudo é cíclico, criar mecanismos focados primeiro no crescimento individual e depois no coletivo não deixa de ser um retorno às origens.
Jogadores melhores formarão equipes melhores. Quanto mais atletas com alta capacidade de resolução de problemas, mais chances de êxito. O bom treino hoje estimula o jogador a ampliar o repertório de percepção e ação com e sem a bola. O gesto técnico é só o resultado final de um rápido entendimento da ‘situação problema’ que o jogo impõe e a eficaz tomada de decisão de qual a melhor forma de resolver.
Todo jogador de alto nível carrega uma bagagem muito grande de conhecimentos prévios sobre o jogo. O ambiente vencedor será aquele que potencializar o que cada atleta já faz bem e apresentar a ele novas formas de ação diante o caos aleatório que é um jogo de futebol.