O dilema para a formação de jogadores criativos

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Crédito imagem – Projeto Love.Futbol/Rio Doce/Divulgação

No FutTalks que foi ao ar ontem entrevistamos o coordenador de performance do Internacional e especialista em Ciências do Esporte Élio Carravetta. Com seus anos de experiência prática e teórica no futebol e na formação de jogadores, uma das falas de Élio chamou atenção quando o especialista mencionou a necessidade de um ambiente livre e prazeroso para que o talento possa se desenvolver e que os jogadores possam exercitar sua criatividade.

Para quem aqui á foi uma criança que amava jogar futebol vai ficar mais fácil entender. Você lembra quando o treino de terça, ou quarta, acabava e o próximo iria acontecer só no começo da semana seguinte? Lembra como era acordar no dia do treino ansioso para tentar tudo o que você havia visto seus ídolos fazerem no final de semana? Imitar a falta de Zico, os calcanhares de Sócrates, os biquinhos Romário, as arrancadas e dribles de Marta, os chutes indefensáveis de Adriano e as jogadas espetaculares de tantos outros fenômenos do futebol? Ou, se você tem filhos ou filhas, já reparou como eles acordam animados para o “dia do futebol” na semana deles?

Élio destaca que é justamente essa empolgação, ansiedade e prazer pela prática que tornam a experiência de jogar futebol rica para o desenvolvimento da criatividade de jogadores e jogadoras. Então se, por outro lado, você percebe que seus filho ou crianças que fazem parte de seu cotidiano estão cada com cada vez brilho nos olhos ao pisar na quadra, temos um problema.

Formação de jogadores nas categorias de base

Isso vale também para as categorias de base. E aí, o grande desafio é manter esse espírito nos ambientes mais competitivos já que, cada vez mais cedo eles se apresentam para milhares de meninos e meninas no Brasil. Garotos de 7, 8 anos já viajam o Brasil em busca de uma vaga nos “elencos” das equipes de formação dos maiores clubes do país, para eles, muitas vezes essa jornada já não representa uma brincadeira e sim um fardo, o fardo de salvar a si próprio e à sua família de uma realidade em que seus direitos mínimos estão constantemente sob ameaça. Nesse contexto, todo o cenário descrito por Élio tende a cair por terra.

Nem ele, nem nenhum profissional que atuam nos clubes tem o poder de mudar essa realidade, a conjuntura social do Brasil está posta e o fato de que muitos garotos, e cada vez mais garotas, enxerguem o futebol como uma tábua de salvação não se pode mudar, pelo menos não da noite para o dia.

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