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Crédito imagem: Divulgação/Al-Duhail

Dezembro de 2016. O Corinthians ainda sentia a ausência do técnico Tite, que alguns meses antes havia saído do clube para assumir a seleção brasileira. Sem treinador, o Corinthians não sabia muito bem que rumo tomar. Tentou alguns nomes, cada um com um perfil, ouviu alguns nãos, e de repente, muito de repente mesmo, sem qualquer tipo de convicção, com a temporada 2017 prestes a começar, pinçou o então auxiliar Fábio Carille. Uma solução barata, acessível e que faria os dirigentes ganharem tempo na busca por um nome de mais peso. 

Mas Carille tinha qualidade. Passou muito tempo aprendendo com Tite e Mano Menezes. A solidez defensiva que marcou a década vitoriosa do clube tinha o dedo de todos e Carille soube transportá-la ao seu trabalho autoral. Pelo tempo de casa, ele conhecia muito bem o clube, o ambiente interno e a torcida. E os resultados positivos passaram a acontecer. De quarta força a campeão Paulista e Brasileiro. 

Vendo o Corinthians vitorioso com essa “fórmula” os outros times passaram a copiá-la. Oras, se deu certo lá pode dar certo aqui, pensaram vários dirigentes pelo país. A moda então passou a ser apostar em técnicos jovens. Vindos da base ou auxiliares permanentes… só que pouca gente entendeu que o contexto vitorioso de Carille no Corinthians era extremamente único. Como todo contexto é: não dá para desprezar as relações internas e externas, a identidade, a história, as finanças, enfim, cada cenário é de uma forma e pede uma intervenção única. 

Como não se tratou de apenas uma temporada, em 2018 o campeão brasileiro foi o Palmeiras com o experiente Luis Felipe Scolari no comando. Adivinha qual foi a tendência? Exato, técnicos medalhões. Com vivência. Que conseguiam dominar o vestiário, coisa que os mais jovens não sabiam… veja que aí o exemplo de Carille em 2017 já não valia…

Nesta linha do tempo, está mais do que claro porque todo mundo quer em 2022 um técnico português… isso mesmo, porque as últimas três Libertadores foram vencidas por Abel Ferreira e Jorge Jesus. 

Enquanto não houver qualificação profissional, convicção, visão de médio e longo prazo e embasamento técnico em quem tem a caneta nas mãos, o futebol brasileiro seguirá refém de rótulos e modismos.

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