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Por quê o hexa não veio nesta Copa do Mundo? Depende….

Dependendo para quem você pergunta, a resposta pode ter uma razão específica. As primeiras reações têm sempre relação com o jogo: o problema foi o elenco convocado. Erro tático do time ter subido quando ganhavam de 1X0 faltando cinco minutos. Tite não ter colocado os mais experientes para baterem os primeiros pênaltis. Exaustão dos jogadores pelos calendários do futebol. O excessivo poder do treinador etc.

Quando começamos a elaborar um pouco mais, vamos ouvir: o hexa não veio devido à “exportação” prematura de nossos jovens talentos. Não veio pela falta de uma formação integral dos atletas (técnico-desportiva, sócioemocional e cidadania). Não veio pelo esgotamento do modelo brasileiro de tirar qualidade de quantidade de atletas. Falta de um modelo de gestão de todo ecossistema da indústria do futebol. Falta de liderança dentro e fora das quatro linhas. E por aí vai…

A verdade é que a resposta não é isso ou aquilo. A resposta é isto e aquilo… Sem desconsiderar o imponderável, é a soma de muitos dos fatores citados acima. A resposta exige uma visão e análise mais sistêmica da indústria do futebol. A verdade é que todos nós perdemos e a solução virá também do coletivo.

É tempo de voltarmos para casa e começarmos um grandioso ciclo estratégico que envolva todo ecossistema do Futebol. Não há mais espaço para heróis. Ninguém, nenhuma organização do futebol conseguirá levar o Brasil ao hexa sem aceleração da profissionalização, com soluções pontuais e de curto prazo. Já há muitos profissionais, muitas organizações e líderes dando exemplo e fazendo a diferença. Na jornada do hexa, todos estes precisarão ser convocados.

Só voltaremos a ser o país do futebol se incorporarmos na estratégia os quatro princípios da governança dentro e fora das quatro linhas: transparência, prestação de contas, equidade e responsabilidade social. A partir daí, das escolinhas à base dos clubes, do profissional à seleção brasileira, atrairemos os melhores atletas, os melhores gestores e os melhores líderes. Atrairemos os melhores patrocinadores, investidores e consumidores de futebol.

Precisamos juntos construir um produto futebol que seja rentável e sustentável para todos. Dos talentos da várzea aos clubes formadores, até à Seleção Brasileira. Dos fornecedores de materiais aos veículos de mídia. Precisamos, juntos, construirmos um futebol também Muito além da Bola. Um futebol que transforme nosso país econômica, social e culturalmente.

Artigo da nossa CEO: Heloisa Rios

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