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Caros amigos,

mais uma vez! E como não falar, como não tocar no assunto novamente?

Será que a grande maioria das pessoas está equivocada em reivindicar a tecnologia no auxílio da arbitragem?

A Inglaterra, vítima de agora, foi beneficiada em 66. A Argentina tem o talismã Maradona (mas agora como técnico) também nesse segundo episódio que a beneficia, assim como o tão famoso gol com “La mano de Dios”, por curiosidade contra a mesma Inglaterra.

É curioso mesmo. O país que moldou (inventou) o futebol moderno, foi quem fundou a International Football Association Board (IAFB) que rege as regras do futebol. Fundada antes mesmo da própria Fifa, que surgiu 22 anos depois, a IFAB nasceu em 1882 por iniciativa dos países britânico. E não que é que ironicamente os grandes erros em Copa têm acontecido com a Inglaterra.

Perdi a conta de quantas vezes escrevemos a respeito desse tema; fizemos até um mini fórum com os colegas leitores abordando vantagens e desvantagens de se adotar a tecnologia no futebol, e eis que sempre surgem as polêmicas.

O que me incomoda, caro amigo, particularmente, é uma inconsistência da Fifa com seus próprios valores (ao menos aqueles que ela diz possuir). O tão famoso slogan do Fair Play, talvez para eles o jogo limpo, é sinônimo de ausência de tecnologia, limpo de qualquer recurso que interfira no jogo (ou nesses casos, nas decisões equivocadas dos árbitros).

Mas é Fair Play ganhar um jogo com um gol que não existiu, ou perder o jogo com outro que foi erroneamente não marcado? Isso é jogo limpo?

Se o Fair Play tão divulgado por essa entidade escorresse de verdade nas veias da instituição, eles tomariam atitudes, mesmo que pós-jogo, de cavalheiros, como os nobres cavalheiros que fundaram a IFAB poderiam imaginar. Viriam a público, na hipótese mais simples de se imaginar, e diriam que foi lamentável e que eles reconhecem o erro, mas que não podem alterar a decisão de um árbitro de campo, porém iriam estudar alternativas para que isso não voltasse a ocorrer.

Porém, cadê o Fair Play? Aliás, cadê o cavalheirismo? O porta-voz da Fifa, Nicolas Maingot, em entrevista coletiva*, reconheceu o erro. No entanto, para ele, o erro foi o lance ter sido exibido no replay do telão no estádio, uma falha humana de quem controlava o replay!

Sem comentários! Deixo o minuto de reflexão para o amigo que me acompanha.

Apenas para constar.

No lance da Inglaterra (veja o lance no vídeo a seguir) se estivéssemos um chip na bola ou uma indicação entre as traves, tal como o hóquei, o gol seria validado na hora sem reclamação de nenhuma das partes, dada a veracidade da tecnologia.

 

http://www.youtube.com/watch?v=2exC91gkh30

Caso o vídeo apareça com a mensagem: “este vídeo apresenta conteúdo de Fifa, que o bloqueou com base nos direitos autorais”, peço desculpas ao amigo, mas faz parte do ” Fair Play” da Fifa.

 

No lance do gol de Tevez, impedido, não precisaríamos de nada novo em termos de recursos, mas talvez de processos. O lance do momento em que ocorreu o gol até o reinicio da partida parou o jogo, se não errei em contas, por cerca de 2 minutos e 30 segundos, devido a reclamações. Se o quarto árbitro ou o próprio árbitro principal pudessem utilizar as imagens para validar o lance (assim como é feito no tênis hoje), o jogo teria sido reiniciado antes, com a certeza de um jogo limpo.

P.S. O árbitro deu apenas 2 minutos de acréscimos no 1º tempo

Fair Play, Fifa! Fair Play!

* Para acessar a matéria completa da Globo.com sobre a entrevista de Nicolas Maingot clique aqui.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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