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Na última semana, numa palestra de marketing, esporte e tecnologia, um convidado me fez a pergunta acima, que adotei como titulo desse texto.

A discussão foi fomentada quando tratávamos dos interesses do marketing com as questões internas de um clube. Em uma análise macro e breve sobre os objetivos que poderiam fazer parte desse escopo, listamos a melhora dos resultados através de planejamento, comunicação e estratégia. É perfeitamente plausível que o técnico, grande interessado e responsável pelos resultados, tenha sua importância quando são discutidos esses elementos. Desta forma, focando nos aspectos tecnológicos, pensamos em como esses recursos podem auxiliar na atuação do treinador.

Mais uma vez tive que iniciar a resposta com uma ressalva, isto porque é impossível pensarmos, sob a ótica do marketing, as necessidades tecnológicas do técnico de futebol, sem pensarmos numa mudança ou na consolidação de um profissional moderno que consiga transitar entre os conhecimentos técnicos e específicos do esporte com as competências gerenciais e empreendedoras.

Sim, o técnico é hoje um gestor e precisa ter isso em sua formação, seja ela acadêmica, ou ainda, complementada com a vivência prática no meio. Assim fica viável fazer tal analogia traçando as necessidades do técnico com a perspectiva do marketing.

O técnico dentre as suas competências e habilidades, deve gerir pessoas, planejar, tomar decisões, avaliar desempenho e resultados, gerir informações e trabalhar com comunicação estratégica (nem tudo pode ser visto e falado para todos em todos os meios, como bem exemplifica a famosa frase “roupa suja se lava em casa”).

Assim como qualquer outra área e seguimento, a vivência prática permite grandes possibilidades e diferenciação do profissional, porém, pode sem dúvida nenhuma ser ampliada com a construção de elementos concisos e fundamentados.

Portanto, nesta perspectiva de um profissional moderno que já é figura comum no futebol internacional, haja visto a alcunha de Diretor Técnico atribuída ao cargo de treinador, é que conseguiremos inserir as necessidades tecnológicas relacionando-as com os princípios de marketing.

Todo técnico tem um perfil e conjunto de características que definem sua “filosofia de trabalho”. Mas de forma geral é possível listar alguns pontos que auxiliam a pensar as necessidades tecnológicas comuns as todos:

  • ferramentas de avaliação de desempenho coletivo (física, técnica, tática, mental, fidedigna ao jogo…)
  • ferramentas de avaliação de desempenho individual
  • ferramentas de elaboração de planejamento da temporada
  • ferramentas de acompanhamento e controle do planejamento
  • ferramentas de tomadas de decisão e mudanças de rumos e metas.

Enfim, poderíamos enumerar outros tantos recursos, porém, como manda a cartilha de pesquisas e avaliação em marketing é necessário compreender as expectativas e reais necessidades dos técnicos para não ficarmos criando equipamentos modernos para “ferraris” para quem sempre vai dirigir “fusquinhas”. Nada contra esse carro tão amado por muitos.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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