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Após iniciar a discussão sobre as atividades práticas para o desenvolvimento de alguns princípios estruturais do jogo, recebi vários e-mails sobre as regras das atividades.

Bom, primeiro devemos entender que cada regra tem um objetivo e leva o jogo a uma determinada configuração, que por sua vez trará aos jogadores situações-problema específicas.

A especificidade das situações, em cada um dos jogos, deve ser vista como potencialidades e não exclusividades.

Por exemplo, em um jogo, a ênfase pode ser em determinada regra de ação, mas outros conteúdos do jogar estarão sendo desenvolvidos concomitantemente.

Isso quer dizer que uma regra serve para o desenvolvimento do todo, mas com ênfase em determinado comportamento; contudo, não podemos usar uma regra apenas para desenvolver todo o jogar da equipe!

Nesse ponto é que reside a complexidade das coisas e onde se cometem alguns erros.

Trazer a complexidade para as atividades, para os treinos e para o processo não significa ter atividades com muitas regras, muitos alvos, muitos cones, etc.

A complexidade está em definir atividades que ajam no jogar e no comportamento dos jogadores a partir de regras acessíveis e pontuais.

Isso é válido do sub-11 até o profissional.

Peço licença para um parêntese aqui: não existem atividades que só servem para o profissional ou para o sub-13.

Claro que em cada uma das categorias existem parâmetros a serem seguidos, mas nada impede que um jogo possa ser desenvolvido em um sub-17 e no profissional, por exemplo. O fato é que o processo é que dita o ritmo das coisas.

Se o processo vem sendo bem planejado desde as categorias menores, no profissional minha preocupação será quase que exclusivamente em preparar os jogadores para o jogo do fim de semana. Porém, se houver lacunas no processo, posso ter que aplicar atividades para o desenvolvimento de conteúdos do sub-11 na equipe principal.

Por isso volto a destacar: não podemos rotular uma atividade sem entender o contexto em que ela está e como será desenvolvida.

Fecha o parêntese e voltemos para as regras dos exercícios.

 

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Como estamos discutindo, a quantidade de regras não define a complexidade da atividade.

De que vale um jogo onde os jogadores não entendem ou demoram muito para entendê-lo?

Além disso, com muitas regras, preciso saber se as mesmas estão indo na mesma direção ou não!

Por exemplo, em uma atividade de 7×7, tenho as seguintes orientações:

-1 ponto se a equipe trocar cinco passes
-1 ponto se finalizar a bola em direção ao gol em até cinco segundos após a sua recuperação
-1 ponto se recuperar a bola no campo de ataque
-1 ponto se o goleiro fizer uma defesa completa
-3 pontos se fizer o gol

Como cada uma delas age no comportamento de jogo dos atletas? Como elas se relacionam? Os atletas estão habituados a esse tipo de estímulo?

Outro ponto fundamental é a questão da pontuação. Não adianta nada criar uma atividade com regras e não marcar a pontuação e nem estimular os jogadores a cumpri-las – dessa forma, a atividade perde totalmente seu sentido.

Como sempre, não tenho a receita pronta, mas devemos pensar em extrair a simplicidade da complexidade e agir no âmago do jogar tendo a lógica como pano de fundo.

Criem regras para isso e os resultados serão extraordinários, pois no fundo “a simplicidade é o último grau de sofisticação”. (Leonardo da Vinci)

Até a próxima!

Para interagir com o colunista: bruno@universidadedofutebol.com.br
 

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