A morte do torcedor boliviano Kevin Espada no jogo entre San José e Corinthians na semana passada repercutiu imensamente nos meios de comunicação a partir de um debate sobre punições, acusados, culpados, violência e assim por diante.
O caso, na realidade, está um pouco mais na origem, que é a cultura da violência do futebol sulamericano. Não que isso seja uma particularidade nossa – até porque assistimos em diversas partes do mundo casos similares, com alguma frequência, de grandes tumultos entre torcedores de diferentes agremiações.
Por aqui, permanece algo evidente pelo modelo arcaico de gestão, tanto dos ambientes onde são disputados os jogos, quando se cria um clima que permeia o limiar da guerra, quanto pela benevolência dos dirigentes com as torcidas organizadas, que só é quebrada quando ocorrem tragédias como esta de Oruro.
A grande diferença, talvez, seja o clima de guerra e violência que se instala a cada jogo. Isso é caracterizado pelo armamento pesado dos policiais até a estrutura dos estádios, onde muitos torcedores ficam quase que enjaulados em pequenos espaços.
Enfim, o relato não serve para justificar a atitude dos torcedores corintianos, tampouco isentá-los de culpa. Qualquer punição, se bem aplicada, servirá como medida educativa para que esta e outras torcidas se respeitem mais. E que as nossas organizações do futebol trabalhem, acima de tudo, medidas preventivas mais eficazes…
Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br