José Geraldo Couto chamou a atenção, em coluna publicada a semana passada na Folha de S. Paulo, para a barbárie que tem acometido o futebol mundial.
De Paulo Serdan a Vladimir Putin, parece que todos resolveram usar o esporte para extravasar a violência, para manifestar a revolta com o mundo.
O futebol, pela popularidade que tem, sempre foi e sempre será usado pelos governantes para se promoverem e/ou acalmar o povo sedentoçpor mudanças. Foi assim nos anos 70 com a seleção brasileira e com o Campeonato Brasileiro, ou com o time francês campeão mundial em 1998. Na ocasião, os Bleus mostraram uma França de todas as cores.
A Alemanha também aproveitou a Copa do Mundo no ano passado para espantar o passado nazista que acompanhou o país por mais de meio século.
Não é de se estranhar que o futebol continue a mover multidões e a formar o comportamento das pessoas. O que não é possível acreditar é como ainda vemos o esporte servir de escudo para a organização e formação de grupos extremistas.
O futebol, nos anos 30 e 40, não estava tão desenvolvido a ponto de brecar movimentos de extrema direita que eclodiam na Europa. Hoje, porém, a história é muito diferente.
Além de termos vivido e estudado os reflexos de ações de extrema-direita no mundo todo, sabemos o alcance de mídia que o futebol têm.
É hora de não ficar apenas na estratégia de marketing. Da Fifa ao Íbis, o mundo do futebol tem de se unir e começar a ser usado para propagar a união, a miscigenação, o convívio das diferentes raças em harmonia.
Os problemas do futebol já são em demasia. É preciso trabalhar desde já para que ele não se torne também um foco de ódio e segregação. Do contrário, sua falência será questão de tempo. Pouco tempo.
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