Bem-vindos ao nosso “Entre o Direito e o Esporte” desse dia das crianças! Hoje nós vamos dar o próximo passo e ver o que a gente encontra “Entre o Esporte e o Doping”. Hoje nós vamos conversar sobre o “quem”, o “que” e o “como” desse mês. Hoje nós vamos descobrir juntos um pouco mais sobre a AMA/WADA – que é a Agência Mundial Antidopagem!
E para deixar tudo mais direto nesse feriado, é esse aqui o nosso dia de hoje: (primeira pergunta) “Quem é a AMA?”; (segunda pergunta) “O que a Agência Mundial Antidopagem faz?”; (terceira pergunta) “Como é que a AMA/WADA faz isso?”. Assim, a gente vai ter uma ideia melhor desse sistema de prevenção e controle antidopagem do esporte pelo mundo.
Bora lá?
Valendo… 3 segundos para responder: sobre quem a gente vai conversar hoje? Isso mesmo, a Agência Mundial Antidopagem ou AMA (lá fora WADA ou World Anti-Doping Agency) que foi criada em 1999 – pois é, não tem nem 20 anos ainda!
Hora de contar história, né? Imagina que no nosso inverno em 1998 aconteceu algo que “nunca” (aham) acontece no verão do hemisfério norte durante uma prova de ciclismo –conhecido como o “Caso Festina”, em outras palavras, leia-se: doping no Tour de France.
Esse caso levou o Comitê Olímpico Internacional (COI) a organizar uma Conferência Mundial sobre o Doping com todos os players envolvidos no esforço conjunto que é a “luta” contra o doping. Essa conferência aconteceu em fevereiro de 1999 e foi aí que veio a Declaração de Lausanne sobre o Doping no Esporte ou “Convenção Internacional contra o Doping no Esporte” em bom português.
Esse esforço conjunto entre a Conferência Mundial sobre o Doping e a Convenção Internacional contra o Doping no Esporte deu na criação da tal da Agência Mundial Antidopagem. Agora, quem faz parte dela e quem financia a AMA? A resposta fácil é o Movimento Olímpico… agora, todos os Governos signatários (ou seja, que concordaram com isso) também fazem parte desse esforço – e o Brasil está aí!
Legal… mas o que a AMA faz? Ela foi criada para promover e coordenar a “luta” contra o doping no esporte ao redor do mundo! Em outras palavras, a AMA está para os esforços antidoping como a FIFA está para o desenvolvimento do futebol.
E o que isso quer dizer na prática? A Agência Mundial Antidopagem tem algumas atividades principais: pesquisa científica (afinal, o que é doping?), educação e conscientização das pessoas envolvidas no esporte (de nada adianta saber o que é doping se isso ficar guardado em uma prateleira numa biblioteca. Né?), e o desenvolvimento da prevenção e do controle antidopagem (identificando o que é doping, ajudando as pessoas a entenderem o que é doping, como a gente consegue parar o doping juntos?).
Agora você me pergunta: “Isso! Como?”. Com os 6 pilares que são os parâmetros internacionais (IS ou International Standards) da AMA: a lista de substâncias/métodos proibidos (o que pode e o que não pode); testagem e investigação (como a gente descobre quem seguiu as regras); laboratórios (como a gente tem certeza que alguém não seguiu as regras); exceção de uso terapêutico (como a gente sabe que quem a gente tem certeza que não seguiu as regras realmente ignorou as regras); proteção à privacidade e aos dados pessoais (como a gente sabe que todos esses testes que a gente fez não vão parar nas “mãos erradas”); conformidade ao Código… Código, oi?
É, ai entra bem o tal do direito desportivo! Esses 6 pilares se juntam numa espécie de argamassa que está por toda a casa do “sistema mundial antidopagem”. Esses 6 pilares se juntam em um só documento. Esses 6 pilares se transformam no Código Mundial Antidopagem que harmoniza as políticas antidopagem em todos os esportes ao redor do mundo.
A AMA é a “guardiã” de tudo isso!
Beleza, entendi… mas, de novo, o que é doping? Doping pode ser o uso de uma substância ou de um método da “lista proibida” (fãs de Harry Potter, isso é quase um Voldemort). Mas… o que é a lista de substâncias proibidas? Bão, desde 2004 a AMA publica uma lista de substâncias proibidas. Proibidas a qualquer tempo, proibidas durante uma competição, ou proibidas em um esporte específico (mais sobre isso semana que vem). Um exemplo é o isometepteno, que é um agente estimulante.
Ah, mas tudo isso é difícil de achar no nosso dia a dia e um atleta só “comete” doping porque quer. Certo? É… não é bem assim, sabe onde tem esse tal do isometepteno? Pois é, na nossa neosaldina! Imagina agora que você é um atleta gringo competindo no Brasil. Imagina que você está com dor de cabeça. Imagina que vai no meio da noite na farmácia. O que pode (ou vai) acontecer? Exato, vai pegar uma “neosa” e daí a “neosa” vai pegar você no exame no dia seguinte depois do jogo… e você nem sabia de nada disso.
Caraca… quer dizer que todo doping é sem querer? É, também não. Tem gente que força e um exemplo é a lista de métodos proibidos (leia-se: avada kedavra!). Nessa “lista Voldemort” tem também os métodos que são proibidos a qualquer tempo e que são classificados em categorias diferentes – como as substâncias. E quer um exemplo de doping com intenção e que usa método? Acredite se quiser, tem um “dispositivo” que “substitui” a urina do atleta na hora de se aliviar quando vai fazer o exame no fim do jogo… e pior, tem gente que usa (e olha que a imagem é bem pior do que a descrição aqui).
Escolher usar uma substância ou um método proibido é escolher um esporte desigual. E isso a gente não quer, né? Por isso que é importante saber quem é a AMA, o que a AMA faz e como a AMA faz… afinal, o doping nunca é legal.
Valeu pela companhia nesse feriado, fico por aqui e desejo a todos vocês um ótimo final de semana! Convido a ficarem comigo no “Entre o Direito e o Esporte” nessa próxima sexta-feira para continuar a nossa conversa sobre o doping aqui na Universidade do Futebol. Nessa terceira coluna do mês vamos conversar sobre o controle antidopagem. Combinado? Deixo meu convite para falarem comigo por aqui, pelo meu LinkedIn ou pelo meu Twitter. Obrigado e até o feriado!