No terceiro texto da série de artigos sobre o ataque do River Plate de Marcelo Gallardo vamos explorar a fase de finalização das jogadas da equipe, que tem se mantido nos últimos anos como uma das melhores do continente.
Nessa fase a equipe argentina possui comportamentos coletivos que ficaram enraizados de 2014 a 2019, ao longo do texto vamos explorar três desses comportamentos
O ataque pelo centro sempre com 2 opções de apoio de progressão e ruptura ao 1º homem
O ataque pelos lados com variação de qual jogador realiza ruptura para cruzar – atacantes ou laterais
A finalização de média distância quando o 1º homem se identifica como homem livre para chutar
Comecemos pelo primeiro comportamento tático presente nas imagens abaixo.
Nas figuras 26 e 27, Pity Martinez é o 1º homem aquele que tem a opção de conectar com Borré que tem a função de apoio de progressão e também atrai a atenção de um dos centrais rivais e Pratto que está como apoio de ruptura se projeta para o espaço nas costas da linha defensiva do Boca e faz um dos gol que fortaleceu o River no primeiro jogo da final da Libertadores 2018.
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Nas figuras 28 e 29, Nacho Fernandez está como 1º homem da jogada e tem duas boas opções de profundidade, Borré que está como apoio de progressão em vantagem posicional sobre Rodrigo Caio e também Suarez como apoio de ruptura e em vantagem cinética sobre Pablo Marí. Na sequência da jogada o atacante está localizado mais próximo da linha de fundo e busca um passe pra trás para conectar com os companheiros que invadem a área.
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Já nas duas imagens abaixo (30 e 31) podemos ver como o médio Pisculichi possui opções de conexão com apoios de progressão e também de ruptura, mas percebe que tem tempo e espaço para finalizar.
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Já nas imagens seguintes (32 e 33), Juan Quintero é quem se aproveita do posicionamento mais avançado dos atacantes que estão como apoio de progressão e fixação, permitindo que o talentoso médio colombiano tenha tempo e espaço para finalizar e fazer um dos gols mais importantes na conquista da Libertadores da América de 2018.
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Na semana que vem vamos para a última parte de nossa série na qual será discutido o momento de transição e o conceito do “atacar marcando”, executado pelo River nos últimos anos, além de uma análise quantitativa do ataque da equipe millonaria.