Descanso de Ronaldinho evidencia diferenças entre Brasil e Europa

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Ronaldinho Gaúcho pediu, a diretoria e a comissão técnica do Barcelona aceitaram, e o jogador iniciou nesta semana um trabalho de recondicionamento físico. Sentindo uma queda de rendimento físico, Ronaldinho fez algo que raramente um jogador de futebol pede publicamente, que é ficar sem atuar para trabalhar a parte física.
 
Mas, dentro da comissão técnica da seleção brasileira, a atitude tomada pelo camisa 10 do Barcelona não é uma surpresa. Ronaldinho apenas fez algo comum aos atletas brasileiros que atuam na Europa, mesmo que informalmente.
 
“Muitas vezes os jogadores conversam pela gente por e-mail e pedem para passarmos um exercício que geralmente damos na seleção, para fazer algum trabalho de fortalecimento”, afirma Odir de Souza, fisioterapeuta da seleção brasileira na última Copa do Mundo.
 
Segundo o preparador físico do time sub-20 brasileiro, Paulo Camello, quando o atleta é convocado para a seleção, o primeiro trabalho feito em conjunto com a comissão técnica é o de readequação do jogador para a realidade de treinamento implantada no Brasil.
 
“Na Europa os times treinam em apenas um período, geralmente pela manhã, e depois os jogadores são liberados, só voltando a fazer algum trabalho de condicionamento no dia seguinte”, diz.
 
Durante apresentação no Congresso Carioca de Educação Física, organizado pelo Fiep-RJ, Camello afirmou que tão logo o atleta se junta ao grupo, a primeira providência é fazer uma avaliação geral de todos os jogadores. Na seqüência, os convocados são divididos em alguns subgrupos, com o objetivo de condicioná-los conforme o nível que estão.
 
“Além disso, fazemos um trabalho de reforço muscular. Os jogadores intercalam os treinos com exercícios de musculação. Eles não gostam muito, mas depois entendem que é importante”, afirma Odir de Souza.
 
Segundo os dois profissionais envolvidos no trabalho da seleção brasileira, outro grande problema que existe na Europa é a falta de investimento na formação de uma comissão técnica com profissionais das mais diversas áreas.
 
“Muitas vezes é o treinador ou o seu auxiliar que executa o treinamento físico, sem saber se o atleta pode ser submetido àquela carga de exercícios”, diz Camello.
 
Além da falta de profissionais de outras áreas nas comissões técnicas européias, os especialistas afirmam haver uma falta de cultura dos dirigentes e jogadores europeus para entender a importância de se investir num novo estilo de treinamento físico.
 
“O Vanderlei [Luxemburgo, ex-técnico do Real Madrid e atualmente no Santos] tentou fazer isso na Espanha, fazer o time treinar em dois períodos, dar mais exercícios físicos, mas acabou, em pouco tempo, sendo boicotado”, afirmaram os dois em suas palestras.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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