Há pouco mais de um ano em um artigo sobre envelhecimento e longevidade no futebol, comentávamos que em 2007 Romário estaria ainda, aos 41 anos de idade, em sua busca obstinada pela feitura do milésimo gol.
E isto ocorreu, finalmente, no último dia 20 de maio, no Estádio do Vasco em São Januário no Rio de Janeiro, onde o atleta começou sua vitoriosa carreira.
Tenho alguns amigos que se dizem cansados em ouvir falar em Romário e sua contagem própria para alcançar a marca dos mil gols, até agora só ultrapassada pelo incomparável Pelé.
De fato, quem acompanha o futebol de perto sabe que Romário já não consegue mais empolgar o torcedor pela sua velocidade, potência e habilidade que o caracterizou ao desfilar seu talento por 10 equipes pelo mundo afora, além, é claro, da seleção brasileira, em uma carreira que dura já mais de 20 anos.
O que não se pode negar, entretanto, é a beleza deste jovial sentimento apaixonado que Romário demonstra, ao longo do tempo, pelo futebol.
Com inteligência, maturidade, equilíbrio, autoconfiança, mas, sobretudo com uma enorme paixão, o Baixinho consegue superar as dificuldades e limitações biológicas impostas pelo tempo de forma extraordinária.
Como alguém já disse, a paixão é um sentimento mágico que torna nossas ações mágicas e nos permite alcançar objetivos também mágicos.
Este é um dos legados que nos deixa Romário. Ele nunca foi considerado um modelo de profissional exemplar. E talvez o gol 1.000 não tenha sido exatamente o gol 1.000. Mas acho que isso é o que menos importa. Sua paixão pelo que faz, isso sim é exemplar e merece ser comemorado.
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