A discussão do “merchan”

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Não, esta coluna não é mais uma daquelas críticas feroz ao jornalista que troca as bolas e decide fazer propaganda. Não acho que essa discussão ainda seja válida no meio do jornalismo, principalmente do jornalismo no esporte.
 
A questão é simples: na profissão de jornalista, o maior negócio é ter credibilidade. E isso, sem dúvida, o merchandising não assegura. No longo prazo, ele arranha a credibilidade de uma pessoa, que pode faturar alto no começo dessas ações, mas depois, sem dúvida, não ganha tanto quanto se estivesse no auge de sua carreira.
 
O questionamento é muito mais do lado da propaganda. Sinceramente, qual a eficácia do “merchan”, especialmente daquele praticado no meio dos programas de debates do domingo?
 
Na semana passada, na TV Gazeta, em São Paulo, o merchan deu o ar da graça justamente em meio a uma interessante discussão entre Vampeta, Caio Júnior e Marco Aurélio Cunha sobre o quanto a tecnologia tem atrapalhado as concentrações no futebol.
 
No meio de opiniões sérias, bem colocadas e informativas (especialmente aquelas trazidas pelos três convidados), eis que o âncora Flávio Prado interrompe a discussão para que o comentarista Chico Lang nos desse uma “importante mensagem”.
 
O ritmo da conversa foi quebrado para a propaganda de um “revolucionário” produto. Ninguém mais conseguiu retomar o debate no mesmo nível de antes. E o telespectador, muito provavelmente, voltou a usar o controle remoto para procurar uma “mensagem mais importante” em algum outro canal.
 
Mudando de canal, caindo na TV Record, felizmente não tive o mesmo problema. Nenhuma conversa foi brecada para que se passasse uma mensagem comercial. O único problema é que, pelo esquema do programa, o merchan é feito exatamente antes dos intervalos comerciais. Ou seja, o telespectador sabe que, quando vai começar o merchan, ele pode mudar de canal e voltar depois de uns cinco minutos.
 
E, nessa dança toda, como ficam os anunciantes? A média de investimento num merchan é de 3 a 10 mil reais por programa para as inserções. Mas será que ele, de fato, é prático? Sinceramente, cada vez menos o que conseguimos ver é o telespectador se lembrar da propaganda que é veiculada dentro do programa.
 

Do jeito que as coisas se encaminham, a discussão sobre o merchan deverá deixar as escolas de jornalismo e invadir as salas de aula de publicidade. Discutir se jornalista deve ou não fazer propaganda já ficou no passado…
 

Para interagir com o autor: erich@149.28.100.147

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