Nos últimos anos, o Carnaval brasileiro (e especialmente o do Rio) tornou-se o principal produto de atração de turistas do Brasil. Não existe um evento que reúna tanta gente e que seja transmitido para tantos países como o Carnaval do Rio. Além disso, uma série de produtos licenciados com a marca da festa é vendida para os turistas que vão à cidade conhecer de perto esse espetáculo único.
DVD com os melhores momentos dos desfiles, CD com as músicas das escolas, réplica da Marquês de Sapucaí, pandeiro em miniatura… Tudo isso e mais um pouco está à venda para o turista que acabou de se apaixonar pelo samba.
Voltemos a Natália e Vila Isabel. Os personagens poderiam ser outros, mas o resumo da história é o mesmo. A junção de duas marcas conhecidas, famosas e respeitadas, gerando uma relação de ganho para os dois lados.
O marketing que invadiu e profissionalizou o samba no Rio ainda está longe de atingir em cheio outro produto de exportação do Brasil, o futebol. Em vez de trazer o estrangeiro para que ele conheça o país e se encante com algo que só existe por aqui, exportamos o talento, não nos preocupamos em formar novos artistas e, ainda, sequer mostramos ao mundo o que temos de bom por aqui.
Não existe um presidente de clube que tenha a consciência de que ter um grande jogador em seu clube representa não uma condição de patrão-empregado ou um ônus para a conquista de vitórias. É uma troca, uma parceria, uma relação que faça o clube e o atleta crescerem.
Ronaldinho Gaúcho é assim no Barcelona. Kaká é assim no Milan. Beckham foi assim no Manchester, no Real Madrid e é agora no LA Galaxy. Assim como no Carnaval brasileiro os artistas e as escolas se somam para se promoverem e promoverem uns aos outros, o futebol no restante do mundo faz o mesmo na relação entre clubes e jogadores.
Por que o futebol não aprende com o samba?
Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br