Política de resultados

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No fim do ano, pouco tempo depois de Adriano ter sido confirmado como reforço estrelar do São Paulo, os jornais de São Paulo estamparam em suas manchetes mais uma polêmica em que o jogador havia se metido, após sofrer um acidente de carro no Rio de Janeiro.
 
Em linhas gerais, todos diziam a mesma coisa. Adriano já começa o ano aprontando. São Paulo já vive primeira crise com Adriano. Polêmica volta a rondar a vida de Adriano.
 
Na última semana, após pouco mais de uma semana de trabalho, Adriano finalmente estreou com a camisa 10 tricolor. Contra o Guaratinguetá, fez os dois gols da magra vitória de virada do São Paulo. No dia seguinte, a capa não poderia ser outra:
 
“O Imperador está de volta!”.
 
Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno.
 
Adriano fez uma boa estréia, mas nada que surpreendesse. Da mesma forma que Alex Mineiro estreou no Palmeiras com dois gols contra o Sertãozinho. Assim como o Corinthians venceu bem o Guarani. Resultados e desempenhos absolutamente dentro do normal e que de maneira alguma podem revelar uma tendência do jogador ou do time para a temporada.
 
Afinal, Adriano e Alex Mineiro tiveram atuações medianas contra Rio Preto e Santos, respectivamente, e o Corinthians perdeu para o São Caetano no ABC.
 
Ou seja, nada de novo. Até mesmo no comportamento da imprensa, que a cada dia que passa se revela passional e dependente do resultado dentro das quatro linhas, tal qual o torcedor da arquibancada.
 
É impressionante como o jogador não pode ter oscilações na visão tacanha da cobertura jornalística. E o pior é que o fenômeno (não o Ronaldo, muito menos o bom Alexandre Pato) é mundial, vide o que os jornais da Itália mandaram de repórteres para Guaratinguetá!
 
O trabalho de Adriano no São Paulo é impossível de ser avaliado. Não existe, em nenhuma profissão, um empregado que em uma semana de trabalho já tenha obrigação de dar plenos resultados. O cara teve um bom começo, mas isso não significa que ele seja a solução daquela empresa.
 
Imagine se dentro das redações o ambiente de exigência fosse o mesmo do que os jornalistas impõem aos atletas, treinadores e dirigentes dentro das quatro linhas. Ia ter estagiário virando chefe numa semana e editor sendo demitido a cada erro produzido ou atraso na entrega do material…
 
A política de resultados da imprensa atrapalha o futebol. É ela quem faz o dirigente mal preparado ceder à tentação das análises emotivas e botar tudo a perder numa contratação, demissão, decisão, etc. Ou a imprensa mostra frieza e capacidade analítica no que faz, ou continuaremos a ter heróis e vilões a cada rodada, sem sair da superfície.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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