A crise energética e a Copa do Mundo na África do Sul

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Caros amigos da Universidade do Futebol,
 
Todos sabemos que a próxima Copa do Mundo será realizada na África do Sul. Trata-se de uma copa muito especial, por tratar-se da primeira delas no continente africano, e, mais, por tratar-se de um país que teve seu processo de democratização realizado há pouco mais de dez anos.
 
Será mais do que nunca a oportunidade para a Fifa ratificar a ideologia de que o futebol une as pessoas para um mundo melhor. Na mesma linha que fez com que a Fifa alterasse sua frase de “for the good of the game” para “for the game, for the world”.
 
Muito bem, no âmbito do contrato que cosumeiramente se assina entre Fifa e LOC (Local Organizing Committee), representando o país-sede, a entidade teria até o presente ano para decidir trocar o país sede por descumprimento do encarte de exigências da Copa do Mundo.
 
E, pelo que tudo indica em termos de investimentos e esforço político, não restaria dúvidas que a Fifa confirmaria a África do Sul como o país-sede.
 
Ocorre que, este ano, fomos surpreendidos com a notícia da crise energética no país, que já ganha hoje contornos seríssimos e muito preocupantes. Pior do que isso, segundo o que se tem visto na mídia, não teria qualquer solução até aproximadamente o ano de 2013.
 
A estatal energética da África do Sul, Eskom, pronunciou-se recentemente alegando que o próprio governo não esperava um crescimento econômico como o que foi visto nos últimos anos no país, e que, portanto, não dispensou a atenção devida no que se refere a construção de estações de geração de energia que suportasse tal crescimento.
 
A questão é histórica. O regime do apartheid também contribuiu para o atual problema, já que seus governantes à época paralisaram todos os projetos de geração de novas energias e mais, permitiu um programa desenvolvido pela Eskom de fornecimento de energia para o continente africano.
 
Hoje, o que se vê, é o fornecimento da Eskom para a África, sendo que não há capacidade suficiente nem para atender a demanda nacional. E mais, as providências que foram tomadas até agora se resumem na orientação para que a população economize energia e na construção de novas plantas que estarão prontas para funcionameento apenas três anos depois da realização da Copa do Mundo.
 
Segundo notícia recentemente veiculada no jornal Finacial Times, a Eskom terá que desvendar a seguinte equação: a capacidade de geração de energia pode apenas crescer 2% ao ano até 2012, enquanto o crescimento da demanda de energia no país no mesmo período crescerá em torno de 4 a 4.5%.
 
Em algum momento, essa bomba vai estourar.
 
O governo está bastante preocupado com a questão, e tem plena consciência que isso poderá afetar inclusive a realização da Copa do Mundo (o que seria um desastre para a popularidade do Governo de Mbeki).
 
Para se ter uma idéia, diversas minas tiveram suas atividades suspensas por conta da falta de energia (e notem que a mineração é uma das principais atividades econômicas do país).
 
Para confirmar a relação entre a crise energética no país e a realização da Copa do Mundo, a Ministra de Minas e Energia, Sra. Buyelwa Sonjica, em assembléia do Parlamento sulafricano realizado em janeiro deste ano, terminou seu discurso com a seguinte frase: “we are confident that we have the ability to turn the situation around. We reassure the South African community and the world at large that the 2010 Fifa World Cup is not under threat”.
 
Vamos acompanhar o desenrolar dos fatos. E torcer para que a Copa seja de fato realizada na África do Sul, ainda que os jogos tenham que ser realizados de dia, quando o governo e o LOC poderão contar com a iluminação solar gratuita…
 

Para interagir com o colunista: megale@universidadedofutebol.com.br

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