4-3-3, 11-0, 1-4-4-2 ou 1-1-1-1-1-1-1-1-1-1-1?

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Comumente as plataformas de jogo são expressas numericamente por três linhas: a de defesa, a de meio-campo e a de ataque (nessa mesma ordem). Já discutimos aqui nesse espaço a utilização ou não do “1″ (que representaria o goleiro) e suas interessantes implicações táticas.

Pois bem, hoje discutiremos a “divisão” da defesa, meio-campo e ataque em três linhas quando se representa numericamente a plataforma de jogo e as implicações disso nas estratégias defensivas das equipes.

Verticalmente, ao analisarmos o campo de jogo notaremos que quanto menor o número de linhas que orientam a lógica de uma equipe, maior o espaço vertical “descoberto” presente no campo. Por outro lado, ao analisarmos a distribuição horizontal, notaremos que o número menor de linhas faz com que elas possam ficar mais longas, o que em “largura” pode promover uma melhor ocupação do espaço de jogo.

Ainda que pouco explorada, a ocupação do espaço através de um número maior de linhas pode proporcionar possibilidades ímpares.

Por exemplo, como distinguir, sob a perspectiva da lógica defensiva (através do entendimento das linhas) um 2-1-4-1-2 de um 3-4-3?


O 2-1-4-1-2, alcança maior profundidade na ocupação do espaço de jogo, respeitando e mantendo os princípios estruturais de defesa “compactação” e “bloco”. No entanto em largura (ocupação horizontal) abrange áreas menores e ocasiona, em tese, maior região descoberta.

Já o 3-4-3 no caso apresentado, ao contrário, abrange horizontalmente uma área maior, mas em profundidade, mantendo-se “bloco” e “compactação”, tem a ocupação limitada.

Isso reflete então, no 2-1-4-1-2, especialmente numa marcação zonal, perspectivas interessantes para equipes que iniciam sua marcação próximas a área de defesa adversária. Cada linha garante pelo menos 10 metros a mais em distribuição espacial vertical “compacta” e em “bloco”. Então em tese cinco linhas possibilitariam uma marcação logo na saída de bola, garantindo um bloco compacto de aproximadamente 45 metros (10 metros de distância entre cada linha mais 5 metros de área de flutuação).

No 3-4-3, o reflexo das três linhas se dá especialmente na possibilidade de uma ocupação compacta vertical de menor tamanho, logo de menor profundidade. Isso significa que para uma marcação em zona, “atacar” a bola, próximo a defesa adversária pode criar áreas desprotegidas em regiões atrás da última linha de defesa da equipe (a linha de zagueiros).

Obviamente quando observamos o princípio estrutural defensivo do “equilíbrio” (que se refere a ocupação horizontal das regiões distantes da bola) defender em três linhas pode garantir mais eficiência do que em cinco. Isso não significa que não é possível manter o equilíbrio horizontal com um número maior de linhas, bem como que não é possível marcar em profundidade ao se jogar com três.

Claro também que ao se optar por mais linhas pode-se potencializar possibilidades que esse tipo de opção pode proporcionar, apostando-se até em um desequilíbrio horizontal proposital para que se efetive alguma estratégia. Da mesma forma, abrir mão de uma boa ação defensiva vertical (em profundidade) também pode fazer parte da estratégia para potencializar determinadas ações e situações defensivas.

Então, preparar uma equipe sob a orientação de mais ou de menos linhas requisitará estratégias que tirem vantagens desta orientação e que minimizem, de certa forma, os riscos que se pode correr por haver um número maior ou menor dessas linhas.

Por fim, o mais importante é que haja entendimento da complexidade, variáveis e nuances que a plataforma de jogo e o número de linhas podem trazer para o cumprimento efetivo de um modelo de jogo.

Para interagir com o autor: rodrigo@universidadedofutebol.com.br

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