Sócio é tão bom assim?

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Com a conquista da Copa Sul-Americana pelo Internacional ontem a noite, nada mais natural que se dê início a um ode à administração colorada, mais ou menos no mesmo esquema que se faz sempre que uma equipe conquista um título, uma vez que muitas análises feitas utilizam o fim para enaltecer o meio.

Uma das coisas que mais se falou e mais se irá comentar é a política de sócios do Internacional, que conseguiu a façanha de preencher o estádio apenas com os membros do clube. Ato, a princípio, louvável. Quem mais é capaz de tal coisa no Brasil?

Muitos enxergam na expansão do número de sócios algo muito positivo e utilizam o extremo referencial do Barcelona como prova desse sucesso. É um raciocínio simples, lógico e bem fundamentado, ainda que o Benfica tenha mais sócios que o próprio Barcelona e não é lá um grande exemplo de sucesso esportivo na atualidade. Agora, ter um estádio cheio de sócios é bom ou é ruim?

Pode ser bom, claro, uma vez que o sócio é um tipo de público mais identificado com o clube, com muito mais vínculo do que um torcedor normal. O sócio é mais interessado, tende a consumir mais produtos e em geral acredita que o clube é, de uma forma ou de outra, algo que faça parte da vida dele.

Isso, por um lado, é ótimo. Mas tem um lado complicado. Primeiro que, financeiramente falando, vale mais a pena ter um estádio lotado de torcedores normais do que de sócios. Em geral, o programa de sócio se confunde com um pouco com um pacote de ingressos, ou seja, ou dá o ingresso de graça, ou dá o ingresso com desconto. Pelos números, vale mais a pena ter um estádio cheio de pessoas que paguem mais do que pessoas que paguem menos. Além disso, o sócio tem um custo de manutenção relativamente alto, no qual incide brindes, camisetas, eventos especiais, tecnologia e pessoal para ativação e manutenção de relacionamento, e assim por diante.

Ou seja, na ponta do lápis, se você consegue naturalmente ter um estádio lotado sempre, sócio não é uma coisa boa. Isso vale tanto aqui no Brasil quanto na China ou em qualquer outro lugar do mundo. Mas como isso é muito complicado, também valendo para qualquer localização geográfica que seja, o sócio é uma excelente maneira para fazer disso uma coisa mais freqüente.

Ter um estádio lotado de sócios é excelente, mas não é o ápice. O melhor é ter um estádio lotado sempre. O programa de sócios é uma ótima ferramenta para isso.

É o meio, e não o fim.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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