Hora do treino

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O momento em que se encontra o futebol brasileiro poderia ser uma excelente oportunidade para que os nossos dirigentes resolvessem treinar. Não, o objetivo não é fazer com que eles tentem eliminar a quase sempre proeminente barriga que já apresentam. Mas sim exercitar o treinamento do trato com a imprensa no dia-a-dia.

A pérola proferida por Roberto Horcades, presidente do Fluminense, revela bem o baixo nível que predomina no futebol da atualidade. No último dia 16, ao anunciar a renovação do contrato com René Simões, o mandatário das Laranjeiras justificou o acordo da seguinte forma:

“Se ele (René) conseguiu fazer com que meninas com dois neurônios fossem vice-campeãs olímpicas, se trata de um bom profissional”, afirmou Horcades.

A declaração gerou tanta mídia para o Fluminense quanto a contratação de Ronaldo pelo Corinthians. O “Jornal da Globo” do mesmo dia dedicou chamadas a cada bloco para a declaração do dirigente ao final do treino. Outros veículos também deram alarde para a genial frase de Horcades.

O mau exemplo do chefão do Flu, porém, evidencia um problema muito maior no futebol brasileiro. A verdade é que é difícil encontrar um dirigente que esteja, de fato, preparado para lidar com o stress e a cobrança diária que é conceder uma entrevista à imprensa, ainda mais na relação jornalista-clube de futebol.

Obviamente são muitos os casos de “cartolas” que estão mais do que escolados e não cometem deslizes infantis quando estão numa entrevista. De tanto conviver com o meio, eles sabem quais são as mais banais armadilhas, como evitá-las e, os mais espertos, sabem como criar arapucas para a própria imprensa.

Eurico Miranda e Mustafá Contursi são dois excelentes exemplos desse tipo de dirigente que já tem uma imagem pré-concebida de como funciona a imprensa e tratam de fazer de tudo para que ela trabalhe em seu benefício.

Mas o fato é que, com o futebol cada vez mais profissionalizado, aberrações como essa frase de Horcades não podem mais existir. Já falamos diversas vezes neste espaço sobre o efeito que um “media trainning” pode ter num clube de futebol. Ensinar as armadilhas do jogo a atletas, treinadores e dirigentes é um investimento com alto retorno para uma instituição.

Nossos cartolas poderiam aproveitar a pausa das férias para colocar em prática essa ação. Por que não treinar um pouco no momento de descanso, em que a cobrança da imprensa costuma ser um pouco menor?

Seria um excelente presente de Natal para os torcedores e, obviamente, para os clubes representados. Mas parece que está mais fácil esperar pela chegada do Papai Noel na madrugada do dia 25.

Falando nisso! Bom Natal a todos!

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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