Até tu, basquete…disse o futebol?

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Olá, pessoal!

Abro o espaço para fazermos uma comparação entre o que vem sendo desenvolvido no basquetebol brasileiro e o que ocorre no futebol.

Permito-me falar sobre outra modalidade justamente para mostrar que, quando existe vontade política, a gestão pode funcionar. O Novo Basquete Brasil (NBB), organizado pela Liga Nacional de Basquete (LNB), tem muito do modelo de gestão que observamos na NBA (Liga Americana de Basquete). A ideia de franquias, por exemplo, é uma das suas características.

Mas o ponto que gostaria de explorar vai além disso. Trata-se da preocupação da Liga que organiza uma série de elementos em prol de uma competição equilibrada e de um espetáculo lucrativo.

Não dá para compararmos a saúde financeira do futebol com a do basquete brasileiro. Seria como comparar a saúde do futebol brasileiro com o dinheiro da NBA.

Sobre o Campeonato Brasileiro da Série A: “Segundo levantamento da Folha de S. Paulo publicado nesta quarta-feira, o torneio arrecadará mais de R$ 600 milhões nesta temporada, mais do que o dobro das receitas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com bilheteria, TV e placas de publicidade”.*

Isso é pouco se comparado aos valores pagos por apenas uma franquia da NBA: cerca de R$ 400 milhões. Mas muito se confrontado aos modestos R$ 200 mil que a LNB projeta, mas ainda não definiu como valor para novas equipes no basquete brasileiro.

A parte financeira e cultural é um fator que pode causar dificuldades na compreensão dos avanços a que se chega quando fazemos tais comparações. O foco deve ser no que é oferecido de retorno ao clube.

E no melhor estilo NBA, o basquete no Brasil segue a tendência de fortalecimento da marca da Liga como forma de alavancar investimentos. Isso se torna evidente quando são promovidas clínicas para os técnicos, para os árbitros e, até mesmo, para quem faz scout.

Difícil de visualizar isso no futebol? De visualizar, não, mas, talvez, de concretizar. Contudo, o que será que isso agrega de valor? A resposta é tão óbvia quanto a pergunta: se a Liga investe em árbitros e em técnicos, a tendência é ter profissionais mais qualificados, decisões de arbitragem mais justas, técnicos mais preparados, ações e informações precisas em torno do produto principal: o espetáculo de basquete.

Eis um papel de uma Liga que não precisa enriquecer por enriquecer e, sim, dar possibilidades e suporte aos seus integrantes por meio da manutenção de um nome que atende a um espetáculo que, quanto mais sério e capacitado, melhor será; consequentemente será mais atrativo para os patrocinadores.

Os clubes na LNB têm participação nos lucros da entidade - a Liga ainda forneceu, nesta temporada, aros, redes e notebooks para a realização de scouts. A Liga conseguiu perceber (olhou com olhos de gestora) que, entrando como fornecedora de scout para todos os clubes, conseguiria baratear o que cada clube teria de gastar caso fossem investir separadamente nessa tecnologia.

É uma lógica simples até certo ponto de vista, mas que, há tempos, o futebol não consegue em sua maioria adaptar, ora julgando alguns de seus defensores como idealistas e acadêmicos demais, ora classificando os administradores que trazem novas ideias por meio da famosa tirada: “Jogou onde esse indivíduo de terno e gravata?”.

Esquecendo-se muitas vezes que esses acadêmicos podem fazer as equipes atingirem níveis técnicos mais apurados e garantirem seus empregos e salários elevados por mais tempo se tiverem um espetáculo lucrativo.

Vale a pena refletir…

*http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=14652

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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