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Humberto Gessinger é um gênio. Suas palavras comovem e motivam. Se fizessem uma coletânea da sua obra, Sun Tzu ficaria de joelhos.

Antes de Gessinger, ninguém era o que de fato poderia ser.
Antes de Gessinger, Andy Warhol não gostava do Papa.
Antes de Gessinger, ou se gostava dos Beatles, ou dos Rolling Stones.
Antes de Gessinger, crimes perfeitos deixavam suspeitos.
E exércitos tinham no mínimo duas pessoas.

Mas Gessinger sempre foi subvalorizado. Ele é o Millhouse do lirismo brasileiro. O Horace Grant da MPB. O Cleiton Xavier da cultura nacional.

Gessinger sempre esteve à frente do seu próprio tempo, como todos os gênios estão. Seu trabalho só será devidamente reconhecido em anos.

Mas uma frase sua faz todo o sentido para o atual final de campeonato brasileiro.
Afinal, o preço que se paga às vezes é alto de mais. E é mesmo.

Não é nem necessário dizer que a alta madrugada às vezes é tarde demais.
E nem pedir perdão. Basta parar pra pensar.

Qual é o preço daquilo que foi conquistado?
Qual é o preço daquilo que deixou de ser conquistado?
Qual é o preço daquilo que foi perdido?

Matéria da Folha de S. Paulo informa que o Flamengo antecipou receitas, adiou pagamentos e realizou empréstimos para conseguir bancar o time até o final do ano.
O time foi campeão.
Mas quanto custou isso? O que foi sacrificado?
Não há dúvidas que o Flamengo tem conseguido se desenvolver comercialmente ao longo dos últimos anos. Mas atrasos de salários, que é o sinal derradeiro da situação de um clube de futebol, ainda acontecem. E podem acontecer mais ainda no próximo ano, já que as futuras receitas foram parcialmente sacrificadas e pouca coisa indica que haverá um aumento substancial para reverter essa situação. O título, no fim das contas, pode ser penoso ao futuro do clube. Como já foi a tantos outros no Brasil e no mundo.

Mas, pelo menos, foi campeão. Em pior situação está o Palmeiras, que pode ser considerado o caso mais preocupante do ano. O clube apostou alto em uma conquista que não conseguiu alcançar. Lembra muito, o caso do Leeds United, que hoje se encontra na terceira divisão inglesa. A diferença é que, na Inglaterra, o impacto desse tipo de perda é imediato, já que o sistema funciona mais rápido. Por aqui, que ainda há certa lengalenga, o impacto é diluído em alguns anos, o que pode ser bom por um lado, já que evita uma queda brusca, mas ruim por outro, uma vez que o clube pode pagar por anos pela não conquista do ano. Outra diferença é que a Libertadores não paga tanto assim. Pelo menos não tanto, proporcionalmente, quanto a Champions League.

O Coritiba, por sua vez, perdeu. Perdeu o lugar na primeira divisão e perdeu qualquer boa imagem que o centenário pudesse ter deixado. Menos mal que a tendência é que o clube se torne o time a ser batido da segunda divisão e, em caso de sucesso, pode contornar os atuais problemas até o final do próximo ano. E, também, pode diminuir consideravelmente seus custos pra arrumar a casa.

O preço da queda para a série-B, nesse caso especificamente, parece ser menor do que o preço pela não classificação para a Libertadores. E só o futuro dirá se será menor que o preço de ser campeão Brasileiro.

Até lá, Gessinger já será um imortal.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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