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Fim de ano. Momento de retrospectivas, reflexões, muitas palavras, promessas bonitas, cheias de significados e valores. Período entediante para o aficionado pelo futebol, com poucas opções de jogos, apenas de falação. Período de especulações, negociações, renovações, contratações. Esse é o fim do ano.

Como praxe, a palavra em moda no futebol neste período é ”planejamento”. Novo planejamento, novas abordagens, gestão, profissionalismo, são termos que recheiam os jornais, entrevistas e todos os campus (utilizando aqui a noção de campus de Pierre Bourdieu.

Mas, infelizmente, é difícil ouvirmos falar em novas tecnologias ou, quando ouvimos, ficamos no plano ideológico e conceitual, como nos debates colocados aqui por nós, como no debate feito pelos portugueses disponibilizado na última semana.

O que fazer para que as palavras de fim de ano, em síntese, o dito planejamento, e, sobretudo, novas tecnologias, que nem são tão novas assim, possam chegar ao futebol de maneira objetiva e consistente, sem a batuta da desconfiança e do menosprezo, mas com a chancela de melhoria e inovações na prática do profissional? Eis a pergunta que me orienta para o próximo ano com intuito de discutir a tecnologia na prática.

Peço licença ao amigo para fazer as minhas breves reflexões a anseios de fim de ano. Confesso estar desapontado com o meio profissional do futebol, faço questão de não generalizar, que me desculpem os que se sentirem injustiçados.

Decepcionado por ver uma arrogância nos dirigentes que fecham os olhos para as inovações no futebol, que atinge também o meio acadêmico por rejeitar as “inovações “surgidas no futebol. Vide Dunga (ainda sob suspeita) ou Guardiola (que o tão famoso resultado do futebol o torna incontestável, simplesmente porque ganhou tudo o que disputou - vale a pena ler a coluna do amigo Rodrigo Leitão comentando sobre a estrutura e o planejamento do Barcelona como suporte extremamente importantes).

Decepcionado pelo descompromisso em fazer um futebol sério, e não precisamos ficar aqui na “utopia” (ainda que toda conquista tenha sido uma utopia de véspera) de fazer pensando no futebol como um todo, mas na “utopia” de fazer bem e de forma séria para a própria equipe.

Em síntese, faltam profissionais com visão do negócio e futuro do futebol, que saibam separar a paixão, ou melhor, canalizá-la nos “campus” específicos e pertinentes, para que não vejamos equívocos mil.

Eis meus sonhos para o próximo ano:

O futebol sem os erros absurdos da arbitragem;

Não ver mais os dirigentes, descontrolados com os resultados, tomarem ações ridículas;

Tribunais que desempenham seus papéis o ano inteiro não serem julgados (que ironia) pela pressão (da imprensa e clubes) popular apenas nas fases decisivas;

Que jogadores contratados e anunciados em janeiro como parte do planejamento a médio e longo prazo não sejam dispensados em abril;

Que os clubes comecem a investir em tecnologia e gastar menos com o “achismo” e possam, com base em dados e informações, qualificar, e ai sim, potencializar o feeling de seu profissional.

Enfim, poderíamos ficar até o final de 2009 enumerando algumas situações, ou de 2010, ou de 2011…ou sabe-se lá até quando.

O Papai Noel passou na última semana e disse-me que se eu for um bom menino no ano que vem, terei um grande presente. O problema é que para ser bom menino é preciso estudar, experimentar, vivenciar, planejar e executar…

Que venha 2010. Um grande ano a todos os amigos que me acompanham e que possamos, no próximo ano, debater ainda mais neste espaço.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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