Diário de viagem – Parte 3

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Nossa jornada seguia agora para a Irlanda, onde iríamos cumprir a agenda de visitas técnicas aos estádios locais, bem como assistir a um jogo da Primeira Divisão local e participar de um ciclo de palestras na sede da Federação Irlandesa de Futebol (FAI).

E aqui, vale a pena mencionar algo sobre a infraestrutura e os serviços dos aeroportos da Inglaterra e Irlanda, em contraponto ao que vivenciamos no Brasil, nessa mesma viagem – e que também são importantes dentro de um contexto de Copa do Mundo, como anteriormente destacamos.

O aeroporto internacional de Curitiba opera, até hoje, sem voos internacionais, à exceção do destino Buenos Aires. Não há a devida preparação alfandegária para operar um maior número de voos, nem para receber aviões de maior porte. E estamos falando da chamada “Capital do Mercosul”.

O Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, está envelhecido e sobrecarregado. Nitidamente. Na ida, não houve muitos problemas com check-in e despacho de bagagens. Na volta, sim. Mesmo com folga de algumas horas, sobrou pouco tempo para confirmar a conexão para Curitiba, porque muitos voos internacionais chegam no mesmo horário e, dado o duopólio de nossa aviação, temos que suportar a sobrecarga e ineficiência dos serviços de uma das companhias aéreas.

Por outro lado, no Aeroporto de Londres, Heathrow, as coisas funcionam. Mesmo quando falamos do terceiro maior do mundo em número de passageiros. São vários terminais, interligados por um sistema de metrô interno e também com estação para ligá-lo ao centro da cidade. E existem várias lojas para compras e praças de alimentação muito bem servidas. Não houve atrasos, apesar das distancias percorridas entre um terminal e outro e o rigor da revista antes do embarque.

Em Dublin, obviamente, o movimento é bem menor e os serviços também funcionaram em alto nível.

Ali, conhecemos o novo estádio da FAI, Aviva, para 50.000 pessoas, que se encontra em fase final de construção, e será inaugurado em agosto, num amistoso contra a Argentina, e que servirá exclusivamente ao futebol. Lindíssimo e com o projeto totalmente preocupado com questões socioambientais (iluminação solar e impacto nas casas vizinhas, água de chuva captada para irrigação e uso sanitário, gestão de recursos e resíduos).

Além disso, visitamos o estádio de Croke Park, sede dos Gaelic Games (Jogos Gaélicos) – belíssimo e com capacidade para 83.000 pessoas, um dos maiores da Europa.

O jogo a que assistimos foi no estádio Dalymount Park, do Bohemian Football Club, com capacidade para 8.000 pessoas e com atmosfera típica da Rua Javari. Bem familiar mesmo, ainda que a casa do maior clube da Irlanda.

A Irlanda é um país interessante no que concerne aos seus principais esportes. Não só existe o futebol, como também o Rúgbi, o Gaelic Football (Futebol Gaélico) e o Hurling.

O Futebol Gaélico é uma mistura de Rúgbi, com o nosso futebol, com o americano Lacrosse e com o críquete e com o próprio Hurling. Vai entender… Vou tentar explicar.

É um dos quatro jogos Gaélicos que promove a GAA (Associação Atlética Gaélica), a maior e mais popular organização na Irlanda, com regras rígidas sobre amadorismo e o principal evento do esporte é o inter-condado, o All-Ireland Football Final. Acredita-se que o jogo descende do antigo Futebol Irlandês, conhecido como caid, que remete ao ano de 1537. O jogo moderno tomou forma em 1887.

O Futebol Gaélico é jogado por times de 15 jogadores em gramado retangular com traves em forma de H localizadas no fim do campo. O objetivo principal é marcar gols, conduzindo a bola com chutes e socos. O time com maior pontuação no fim da partida ganha.

Jogadores podem avançar no campo com uma combinação de carregar a bola, fazer uma embaixada e pegar a bola novamente, chutando, e passando a bola com os pés ou mãos para os companheiros de time.

No Croke Park, visitamos o museu da GAA, muito bem gerido e servido, onde pudemos (tentar) entender mais a respeito das origens dos Jogos Gaélicos.

O que nos impressionou, definitivamente, foi uma bem visível convergência entre a infraestrutura esportiva e a história das instituições que nela desfilam suas equipes.

História construída por dentro e por fora dos estádios, nas arquibancadas, nos museus e memoriais – como símbolos representativos dos valores e do orgulho de todo o povo irlandês.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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