Ghost writer

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Imagine você contratado por uma pessoa ou por uma editora para escrever uma biografia.

A biografia pode ser do próprio contratante.

O contratante pode ter tido uma vida tão rica e intrincada de relacionamentos e jogos de poder, na qual o peso da verdade – e das versões das histórias – é exponencialmente maior do que a sua vida de escritor medíocre.

E o resultado final – o livro – é desejado por muitos. Principalmente antes da publicação.

Logo, é a sua vida que está em jogo. Não a do biografado.

Esse é o enredo resumido do excelente filme de Roman Polanski, O Escritor Fantasma que, acredito, teria ficado mais apropriado se mantido no original – Ghost Writer – em cartaz nos cinemas.

O protagonista aceita fazer o trabalho de seu antecessor, morto em circunstâncias ainda imprecisas, para escrever a biografia do ex-Primeiro Ministro da Inglaterra, agora vivendo no auto-exílio nos EUA, cujos manuscritos já haviam sido esboçados.

O problema começa quando o atual escritor, revisando o texto, passa a investigar algumas informações, visando estar convencido se há identidade entre a verdade da obra e a realidade.

A Aristóteles foi atribuída a frase: “a única verdade é a realidade”.

No filme, a realidade começa a ficar vívida demais para o escritor. E ele, ao se declarar sabedor da verdade da biografia do político, passa a correr risco de vida e o pânico lhe atormenta.


 

Fiquei tentado a me imaginar sendo ghost writer de algumas figuras célebres e não menos polêmicas do futebol mundial.

João Havelange. Joseph Blatter. Platini. Pelé. Maradona. Romário. Ronaldo. George Best. Ricardo Teixeira. Beckenbauer. Mario Celso Petraglia. Fabio Koff. Roberto Marinho. Juan Figger.

Essas seriam figuras óbvias demais para todos nós, pois são oriundas do futebol.

A coisa iria esquentar com a biografia de outros tantos e sua conexão com futebol. Especialmente os líderes políticos.

Ou seja, o lado invisível disso.

Hitler. Churchill. Berlusconi. Lula. Orlando Silva, nosso ministro dos Esportes. Os ditadores e autocratas de Tanzânia e Zimbábue, que pagaram milhões de dólares para os amistosos do Brasil antes da Copa 2010.

Os donos de empresas como Adidas, Nike, Puma, Traffic e tantas outras.

Iria esquentar ainda mais quando esses dois caminhos se entrelaçassem.

Nessa altura dos interesses cruzados, se eu fosse o ghost writer, talvez não estaria mais aqui pra contar história alguma…

Em tempo: se pudesse, escolheria sê-lo do Juan Figger.

Pois, como diz um amigo meu, em brincadeira, se você começa a investigar as empresas, todas elas vão acabar no Silvio Santos, o homem mais rico do Brasil.

No futebol, sempre achei que todas elas acabam, ou pelo menos passam, pelo Juan Figger.

Para interagir com o autor: barp@universidadedoutebol.com.br

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