A Fórmula 1 e o futebol

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Caros amigos da Universidade do Futebol,

Os esportes de alto rendimento dividem-se, basicamente, em dois grupos. Os individuais e os coletivos.

O futebol, por exemplo, é um esporte coletivo. Não existe um jogador campeão, mas sim uma equipe. O tênis, por outro lado, é um esporte individual (ressalvada a exceção da Copa Davis e, de certa forma, os torneios de duplas). Nesse último esporte, o atleta é considerado individualmente o campeão.

Nesta coluna, gostaria de usar um exemplo do futebol para fazer uma crítica à Formula 1.

A modalidade do automobilismo da Formula 1 possui atualmente um problema gravíssimo, que é o conflito entre ser um esporte individual ou um esporte de equipe, o que compromete, de forma inaceitável, o espírito fundamental do esporte da busca pela vitória.

Diversos males hoje reconhecidos e combatidos também afetam esse espírito da vitória. A má utilização das apostas desportivas, por exemplo, pode fazer com que um time entregue um jogo de propósito, o que é inaceitável. O doping, de outro lado, maximiza o espírito da vitória de forma desleal e prejudicial à saúde dos atletas: igualmente reprovável.

Pois bem. O conflito entre esporte coletivo e individual, presente hoje na Fórmula 1, também em nossa opinião deveria ser combatido. Quem paga ingresso para assistir ao evento, sai evidentemente decepcionado ao ver um piloto deixar o outro passar por questões estratégicas da equipe. E em um cenário pessimista, mas possível, essa atitude pode levar ao afastamento de torcedores, mídia e patrocinadores, minando a viabilidade financeira do esporte.

Pelos regulamentos da competição, a Formula 1 é um esporte individual, tanto que a atitude da escuderia em questão provocou a sua punição. Entretanto, o erro reside em premiar e reconhecer, de forma muito ostensiva, a melhor escuderia da competição, por pontos de seus pilotos.

É como se o prêmio de artilheiro do Brasileirão fosse algo muito relevante (principalmente em termos financeiros). Esse fato não tiraria o aspecto da coletividade do jogo, porém poderia provocar distorções. Ou então, em outra perspectiva, se premiassem ostensivamente o melhor país em termos de rendimento dos seus clubes nos torneios continentais.

Um exemplo bacana para o caso (mas triste por outro lado) é o que aconteceu em certa temporada no campeonato de futebol do Nepal (!!). Naquele país, em que o futebol é muito pobre, o artilheiro da competição leva um cobiçadíssimo carro do patrocinador do torneio.

Em um certo jogo de última rodada, em que um time “A” precisava vencer para não cair e o outro time “B” estava no meio da tabela e não dependia de resultado algum, o time A acabou vencendo por 9×8, tendo o artilheiro do time B feito os 8 gols e sagrando-se o artilheiro da competição.

Em outras palavras, os esportes coletivos devem premiar as equipes, e os individuais premiar os atletas, apenas menções a outros destaques marginais. De forma que o esporte impeça que o verdadeiro espírito do esporte mantenha-se intacto.

Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br

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