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A expressão “clube de futebol falido” vem perseguindo o ideário deste esporte há muito tempo no Brasil.

Talvez o seu clube do coração já tenha padecido deste rótulo outrora.

Nesta semana, um deles foi à falência. Não legalmente, de direito, como se costuma dizer.

Mas de fato.

O Moto Club, de São Luís, no Maranhão, fundado em 1937, decretou o encerramento das atividades.

O clube venceu 24 campeonatos estaduais, mas já vinha sofrendo dificuldades financeiras e esportivas, confusões com a Federação de Futebol do Maranhão, o que o conduziu ao rebaixamento para a 2ª divisão estadual em 2009.

Atualmente, qualquer 2ª divisão estadual é uma penúria para os clubes…

Juridicamente, a falência decorre de um processo judicial de arrecadação dos bens do falido e verificação do passivo deixado pela empresa, tendo como finalidade o pagamento de credores e apuração de eventuais crimes falimentares.

Neste caso, foi mais uma declaração de autofalência proposta pelo clube do que algo perpetrado por terceiro.

Acredito que, realmente, a situação do clube deveria estar irreversível.

Na atividade econômica privada e com fins lucrativos, normalmente, antes da falência, tenta-se salvar a empresa e tudo aquilo que dela depende com um período antigamente chamado de concordata.

A concordata foi substituída pelos conceitos de recuperação judicial ou extrajudicial. São termos que expressam melhor o instituto jurídico que visa prolongar a existência de um empreendimento, beneficiando credores e trabalhadores, segundo parâmetros de saneamento legal-financeiro da gestão.

Seria benvinda uma força-tarefa, no futebol brasileiro, capaz de mapear e indicar soluções para a sustentabilidade da indústria, baseadas numa matriz de gestão, jurídica, financeira, econômica e de marketing.

À exceção de raros clubes e de raríssimas federações e, principalmente, da CBF, muita coisa chegaria à autofalência ou à declaração de falência, sem sequer ter fôlego para um processo de recuperação.

Triste, mas verdadeiro, pois o mercado do futebol no Brasil é demasiadamente saturado.

Mercados saturados costumam ter concentração de negócios visando à eficiência, ganhos de escala e sustentabilidade. Fusões e aquisições costumam ocorrer naturalmente entre empresas.

No futebol, fica quase impossível imaginar.

Difícil supor que o Moto Club fosse incorporado por ou fundido com o Sampaio Corrêa para se tornar uma força do futebol regional.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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