Cidade x cidade

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Nos últimos anos, vimos a mudança de sede de alguns clubes de futebol, de uma cidade a outra. Grêmio Barueri se transforma em Grêmio Prudente. Iraty (PR) vira Londrina. Guaratinguetá vai a Americana.

A principal alegação ouvida é sempre a falta de apoio das prefeituras locais, que não se prestariam a providenciar infraestrutura de futebol, logística de transportes e apoio aos dias de jogos e, em alguns casos, investimento em dinheiro para bancar os custos da equipe.

De outra parte, os mandatários dos clubes de futebol alegam que prestam relevante serviço social ao manter suas equipes nestas cidades, incluindo-se a existência de categorias de base, que tiram jovens dos perigos das ruas e lhes dão bem-estar e ocupação sadia.

Há uma zona cinzenta muito perigosa neste cenário – misturar a res publica com interesses privados, sem a devida fiscalização.

Até que ponto, de fato, tais projetos servem à comunidade local, numa relação de partidas e contrapartidas com as prefeituras?

E o dia-a-dia desta atividade goza de acompanhamento pedagógico, de assistência social, de fiscalização do Ministério Público, da Câmara Municipal, das respectivas secretarias de Esporte e Lazer?

Se assim não for, temos uma situação absolutamente desequilibrada, pois, ao menos no Paraná, o Ministério Publico do Trabalho fiscaliza, sistematicamente, as atividades dos grandes clubes (Atlético, Coritiba e Paraná Clube), exigindo-lhes absoluta conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como a Lei Pelé nesta matéria.

A própria comunidade local se sente desvinculada de uma instituição que chega, com a vontade de, alguns anos depois, debandar para outra direção, uma vez que suas pré-condições empresariais não foram atendidas.

Nesse sentido, os próprios clubes tradicionais poderiam preencher este espaço no mercado, com planejamento regionalizado de implantação de escolas ou academias de futebol, cujos benefícios seriam sentidos em mais receita direta, ampliação da base de consumo de produtos e serviços, revelação de atletas e representações oficiais do clube (consulados).

O futebol ainda não favorece a criação de torcidas-empresa, para apoiar a proliferação de clubes-empresa.

Mas existe muita gente no interior do Brasil que se sente desamparada junto aos grandes clubes, que não gostaria de trocar a relação com marcas de 100 anos por uma de 3, 4 ou 10 anos.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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