O padrão de jogo e os próximos (e difíceis) passos

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Para o Corinthians, a última rodada do Campeonato Brasileiro serviria para a confirmação do planejamento feito há cerca de dois meses quando estimou 71 pontos como suficientes para a conquista do título.

Diante disso, pela pontuação obtida até a 37ª rodada e pelos pontos dos demais adversários, o confronto frente à equipe do Palmeiras desobrigava o cumprimento da Lógica do Jogo.

Da vigésima terceira à trigésima rodada, os comportamentos de jogo dos comandados pelo técnico Tite foram observados para que o padrão de jogo fosse identificado e os pontos de melhoria e manutenção de desempenho, foram apontados.

Agora, na rodada final, mais uma observação do jogo corintiano foi realizada com o intuito de observar as manifestações (e possíveis alterações) dos referidos comportamentos.

Seguindo a linha cronológica de ocorrência das ações do jogo, observe o vídeo abaixo em que os subtítulos escritos em branco se referem a comportamentos muitas vezes observados e os escritos em amarelo a comportamentos em que não é possível classificá-los como um padrão coletivo.
 


 

Sobre o vídeo, seguem os comentários:

A ausência de apoio dos volantes – orientado predominantemente para progressão, quando ela é impedida, faltam recursos de manutenção da posse que necessitam linhas de passe abertas pelos volantes. Wallace, não tem o hábito de atuar nesta função.

Boa proteção do alvo pela linha defensiva – Alessandro/Paulo André/Leandro Castán/Fábio Santos criaram um muro de proteção do corredor central.

Falta de mobilidade dos volantes no início da organização ofensiva – padrão de comportamento que frequentemente evidencia a omissão para saírem jogando com qualidade.

Wallace marcando individual – Ralf e Paulinho faziam uma combinação combate/cobertura não observável na dupla de volantes da final, em que o atleta que entrou, por vezes, assumiu referência individual para marcação.

Plataforma de Jogo 1-4-2-3-1 – De todos os jogos analisados esta foi a estrutura predominante.

Ataque à bola em bola parada defensiva – Comportamento dificilmente observado. Feito por um atleta que não jogou com regularidade.

Bom equilíbrio defensivo – Atletas bem posicionados retardando e equilibrando a ação.

Não sair jogando em tiros de meta – De todos os jogos analisados, este foi o comportamento padrão.

Balanço Defensivo bem posicionado – O excesso de gols sofridos em transições defensivas pode ter modificado o posicionamento de Paulo André, que não desceu ao ataque em Bolas Paradas. Outra possibilidade pode ser a lesão (que o tirou de alguns treinos da semana) que limitou seu deslocamento no jogo.

Mau posicionamento da linha de volantes – Já comentado.

William sem espaço para 1×1 – William não conseguiu receber de frente, para driblar, como fez em todos os jogos analisados. Foi marcado individualmente.

A circulação da bola para permitir a desmarcação dos meias – A equipe do Corinthians, dificilmente, mantém a posse.

O Jogar simples e eficiente de Alessandro – Dominar, tocar, progredir. Em todos os jogos analisados!

As tabelas de Paulinho próximas à zona de risco – Não joga horizontal, porém, no jogo curto está sempre presente para finalizar.

A dificuldade da manutenção da posse com o adversário protegendo o alvo – Nos jogos analisados, o Corinthians frequentemente desfez da posse com cruzamentos em situações inapropriadas.

Progressão + Cruzamento – Ação típica.

Campo pequeno a defender – A boa redução dos espaços entre bola e alvo foi, sem dúvida, um comportamento eficaz em todos os jogos analisados.

Falha no ataque à bola em bola parada defensiva – Ao longo dos jogos, muitos adversários conseguiam marcar a partir de bola parada, ou então, criar uma situação muito perigosa.

Interceptação de Júlio César – Evolução neste comportamento que não havia sido observado em jogos anteriores.

Progressão + Tabela Paulinho + Cruzamento – Já comentado.

Interceptação de Júlio César – Já comentado.

Boa compactação – relacionado ao campo pequeno a defender e já comentado.

Só não precisávamos deste exemplo – ruim para milhões de crianças e adolescentes, aspirantes a jogadores de futebol, que se espelham em comportamentos sociais em evidência. Este, infelizmente, é um deles.

A coesão do grupo estabelecida pelo Tite esteve estampada em cada comemoração, declaração e imagem da conquista do título. Título que, no dinamismo do mundo atual, foi brevemente comemorado, pois sabemos que o interesse da nação corintiana é a conquista da América.

Segundo declarações dos próprios jogadores, a cobrança do título da Libertadores já começou.

É neste ponto que entram os próximos passos. Tais passos, por parte da comissão técnica, devem rumar para uma profunda análise do Modelo de Jogo atual e um novo planejamento em relação à configuração da equipe de 2012. O jogo apresentado no presente ano permitiu que se ganhasse o país, e a comissão deverá saber se com o mesmo jogo será possível ganhar a América e, na sequencia, o mundo!

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

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